Setenta das oitenta candidaturas ao programa Bolsa de Acesso à Cultura foram pré-seleccionadas pelo Ministério da Cultura e Indústrias Criativas para beneficiarem de financiamento em 2019. Desse total, a ilha de Santiago foi a mais agraciada com 45 projectos aprovados, sendo 29 da cidade da Praia, 3 Ribeira Grande de Santiago, 3 de São Domingos, 3 de São Lourenço dos Órgãos, 1 de Santa Cruz, 1 de Santa Catarina, 4 de Calheta de São Miguel e 1 do Tarrafal.
De S. Vicente, apenas os projectos apresentados pela ALAIM, Associação Recreativa Flores do Mindelo e Associação Espaço Jovens passaram à fase seguinte, o que não deixa de ser estranho dada a dinâmica cultural existente na cidade do Mindelo, palco, por exemplo, do festival Mindelact e de outras grandes iniciativas. Porém, para um agente local, a culpa da exiguidade das candidaturas só pode ser atribuída às próprias escolas de formação artística mindelenses. “Neste caso, S. Vicente é a principal culpada dessa situação. Foi lançado um concurso público, era preciso preencher os requisitos exigidos e houve quem tenha abandonado o processo. Neste caso não há nada a reclamar”, comenta essa fonte, para quem, no caso em apreço, só se pode criticar a falta de espírito de iniciativa dos responsáveis das tantas associações e escolas de arte existentes na cidade do Mindelo.
À excepção da ilha da Boa Vista, o programa, que foi pensado e implementado para massificar o ensino das artes em Cabo Verde, vai possibilitar o financiamento das actividades de mais 12 projectos no Fogo, 1 na Brava, 1 em S. Nicolau, 1 em Santo Antão, 2 no Sal, 4 no Maio e envolver mais de três mil beneficiários. “A missão do programa é garantir que a população com menos recursos não fique excluída da ‘fruição da arte’ e também dar sustentabilidade às pequenas iniciativas das escolas de ensino artístico, financiando as propinas dos alunos que são de famílias com baixo poder económico para a frequência das aulas, ateliers e workshop de pintura, dança, musica, teatro…”, explica o MCIC, que aumentou para 20 mil contos o valor disponibilizado este ano. O objectivo é abarcar mais crianças, adolescentes e jovens de todos os concelhos.
Na primeira fase de candidatura das escolas, associações e ONG’s, segundo o referido ministério, o programa Banco da Cultura beneficiou 1500 crianças de 42 escolas a nível nacional. Nesta segunda etapa, o MCIC recebeu 80 candidaturas, num total de 3529 beneficiários, e foram pré-seleccionados 70 processos. Os responsáveis têm agora o prazo de 15 dias para entregarem a documentação em falta e completar a candidatura, conforme o regulamento do programa.