Foi uma noite de “lembra tempo” no último dos quatro dias dos 40 anos do Festival Baía das Gatas, o maior de Cabo Verde. Mesmo assim, jovens e menos jovens, cantaram e dançaram, mostrando que estes temas são intemporais e transformaram o areal num salão de festa. Numa altura em que já era visível algum cansaço, ainda foi possível buscar forças para apoiar os artistas Roman Virgo, C4 Pedro e Elji Beatzkilla, cujo espetáculo terminou passava das 7 horas da manhã desta segunda-feira.
Mais uma vez ocorreram os atrasos no arranque dos shows dos várias artistas que passaram pelo palco este domingo, começando pelo conjunto Kings, que devia atuar às 18 horas, mas só conseguiu iniciar a sua apresentação depois das 21h30. O grupo apresentou-se com Figura (bateria), Bick (gruitarra), Jimmy (baixo), Aníbal (teclados), Iannick (saxofone), Mick Lima (percussão), Tchenta (piano), Kikas (percussão) e Gay (voz), tendo Dudu Araújo como convidado.
Durante uma hora, o grupo revisitou os seus principais êxitos, caso de Jona Poss, Ondas di bo Corpu, Tchal Ket, Ambiente, Rapaz de R’bera Bote, entre outros. Foram, no total, 15 temas. Destes, Dudu Araújo, que regressou à Baía das Gatas após alguns anos ausente, interpretou quatro, todos eles gravados com os Kings, que celebrou no domingo os seus 53 anos de existência. Embora com muitos rostos novos, ainda mantém a mesma essência que o tornou popular e amado pelos cabo-verdianos.
Com uma toada muito mais romântica, e ainda dentro do lema “lembra tempo”, seguiu-se a dupla Marizia do Rosário (estreante na Baía) e Johnny Ramos, que também interpretaram os seus maiores sucessos como Cabeça no Ar, Mi ma bo, Nha Mor, Bem ranja ma Mi e Ba pa meio, de entre outros. O coro foi novamente suportado por Nana, cuja voz se destacava e foi muito elogiado por Marizia.
Em dia de reggae, Ramain Virgo não deixou os seus créditos por mãos alheias, antes de ceder o palco para C4 Pedro e depois para Elji Beatzkilla, que encerrou esta edição do Baía das Gatas passava das 7 horas da manhã. Apesar do avançar da hora, o show, como se previa, foi electrizante.
