Augusto Veiga diz que lema escolhido traz a questão ambiental para o debate no sector cultural e promete continuar a investir na URDI 

O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas afirmou, na abertura da 9ª edição da Feira de Artesanato e Design de Cabo Verde, que o lema escolhido, “(Re)interpretação da matéria”, traz a problemática ambiental para o debate no sector cultural e das indústrias criativas. Augusto Veiga elogiou esta associação que, defendeu, é muito pertinente e feliz e prometeu continuar a investir na URDI, preconizando “novos horizontes” para o sector. 

Em um curto discurso, o governante exaltou o artesanato e o design created em Cabo Verde e elogiou efusivamente o tema escolhido que, frisou, tem o dom de trazer as questões ambientais para o centro do debate neste sector, abrangendo a reciclagem e reutilização da matéria-prima, sendo a consciência ambiental um assunto atual e sensível. “Estamos muito agradados de estar pela primeira vez, enquanto MCIC, nesta que é a maior feira de artesanato e design de Cabo Verde”, disse Veiga.

Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga

Aproveitou para parabenizar o Centro Nacional de Artesanato e Design pela organização, os parceiros pela presença e suporte, sociedade civil e artistas que durante vários diasvão poder debater o setor através dos painéis das grandes conversas e no encontro  com os artesãos, mas também por poderem demonstrar e promover a sua arte e ter rendimentos com  a mesma durante a feira.

O Director do CNAD reforçou a afirmação do ministro sobre o tema ambiental que, alegou, está no centro da discussão mundial e desafiou os artesãos a olharem para as várias possibilidades à disposição, explorando através da arte e dos saberes endógenos os recursos e a matéria-prima disponível. “A transformação de áreas do conhecimento, da prática humana e a reinterpretação da matéria nos convida a uma reflexão profunda sobre o papel da arte e da cultura, do artesanato ao desenho, perante a crise ecológica que desafia o nosso tempo, hoje e futuro.A matéria, enquanto conceito central deste encontro, não é apenas o que vemos, tocamos ou utilizamos no dia-a-dia.Na sua essência mais profunda, é aquilo que forma, sustenta e transforma o nosso ecossistema.”

Director do CNAD, Artur Marçal

Para Artur Marçal, vive-se numa era marcada por profundas mudanças, onde o impacto das atividades sobre o planeta é cada vez mais evidente. “O aquecimento global, a escassez de recursos naturais e a degradação dos ecossistemas compõem uma realidade que implica não só um tempo de agir, como também alterações drásticas no nosso pensamento, nomeadamente em como entendemos, manipulamos e interagimos com a matéria a nossa volta”, disse, frisando que a arte e a cultura podem ter um papel fundamental no processo, enquanto ferramentas para questionar, provocar e sensibilizar.

“Quando reinterpretamos a matéria, estamos a questionar os nossos valores, as nossas formas de produção e consumo e os caminhos pelos quais envergamos em direção ao futuro.  Este é o momento para refletirmos sobre o impacto das nossas ações, olharmos para a sustentabilidade nas nossas opções e, ao mesmo tempo, explorar nossas possibilidades criativas e inovadoras para reimaginar o que podemos fazer com os materiais e recursos  à nossa disposição”, pontuou. 

Já o presidente substituto da Câmara de São Vicente enalteceu o facto de a Praça Amílcar Cabral e outros espaços da ilha serem palcos de actividades que expressam dimensões importantes da cultura, com a participação expressiva dos artesãos e artistas que tem sabido dignificar a URDI. Rodrigo Martins destacou ainda o ambiente marcado pela troca de experiências e convívio, norteado pelo desígnio institucional de afirmação contínua desta feira como um evento de referência nacional e internacional. 

Esta edição da URDI, refira-se, conta com 87 stands, ocupados por 152 artesãos e designer, provenientes de todos os municípios de Cabo Verde. Do programa de atividades para os próximos dias constam ainda as “Grandes conversas”, encontro entre os artesãos e Augusto Veiga, encontro sobre a Formalização da Classe Artística com a ProEmpresa, de entre outros. 

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