O livro “O G da Questão”, uma compilação do programa radiofónico homônimo da Rádio Morabeza, vai ser apresentado esta sexta-feira, 27, na cidade da Praia e em Fevereiro em S. Vicente. Na obra, as autoras Celeste Fortes e Lourdes Fortes entram em terrenos inexplorados e trazem a lume alguns temas ainda considerados tabus no que toca à sexualidade, ao corpo e suas transformações, ao amor, à maternidade, e outras dimensões da identidade feminina, do ponto de vista antropológico e jornalístico. O prefácio do livro é da escritora Dina Salústio e capa do artista plástico Yuran Rodrigues.
“O G da Questão” aborda temas do universo feminino que, defendem as escritoras, quase sempre ficam à margem do espaço público nacional: sexo na terceira idade, menopausa, dignidade menstrual, vida sexual de mulheres com deficiência, violência obstétrica, não à maternidade, gordofobia, entre outros. Trata-se de uma compilação de entrevistas da primeira temporada do programa de rádio com o mesmo nome, “O G da Questão”, que fez sucesso na rádio Morabeza, em mais de quarenta episódios. O conteúdo do livro é inédito nos mercados mediáticos, por isso mesmo o interesse acrescido.
A obra conta com apoio do Fundo das Nações Unidas para a População, Centro de Investigação em Género e Família – Universidade de Cabo Verde, Instituto para a Igualdade e Equidade de Género e jornal Expresso das Ilhas. Vai ser apresentado por Lúcia Cardoso, mas estará disponível para download universal gratuito, contando com uma edição impressa limitada.
Sobre as autoras, Celeste Fortes é docente e investigadora na Uni-CV, ativista social e cultural, feminista e consumidora compulsiva da liberdade, enquanto Lourdes Fortes é jornalista, acredita na liberdade, na força das ideias e no poder das palavras. Esta “parceria”, afirma, visava inicialmente apresentar ao público, no programa de rádio emitido às terças-feiras, temas tabus.
A repercussão positiva deste programa radiofónico levou a que as apresentadoras e a Rádio Morabeza decidissem transpor estes temas para livro. Negam qualquer pretensão de levantar bandeiras, apenas de analisar os temas numa vertente científica, sob o olhar de uma antropóloga e de uma jornalista.