Ante-estreia de “Manuel d’Novas – Coração de poeta” acontece a 12 de Dezembro: “Uma feliz coincidência, será o dia da nossa Morna”

O cineasta Neu Lopes marcou para 12 de Dezembro a ante-estreia do documentário “Manuel d’Novas – Coração de poeta” no Cine Mindelo, um filme de duas horas que retrata a vida e obra desse malogrado compositor de Morna e Coladeira. O evento acontece no dia em que a Unesco deverá proclamar a Morna como património imaterial da humanidade, facto que Neu Lopes considera uma “feliz coincidência”. Como explica, foi obrigado a atrasar algumas vezes a ante-estreia e ficou a saber que 12 de Dezembro foi a data escolhida para o importante anúncio dois dias depois.

“Quando soube disso fiquei super feliz. Acredito cem por cento que a Morna será proclamada património da humanidade e isso para mim representa mais um tributo ao Manel. Aliás, a Morna é abordada ao longo do trabalho”, frisa Neu Lopes, para quem o seu pai vai certamente ficar satisfeito com esse momento “onde estiver”.

A lista dos convidados já ultrapassa as 300 pessoas: familiares, amigos, comunicação social e as tantas figuras entrevistadas para o documentário. Devido a capacidade da sala, que tem 200 lugares, a ante-estreia foi dividida em duas sessões, nos dias 12 e 13 de Dezembro.

No passado mês de Setembro, o documentário foi apresentado a um grupo restrito de cineastas, fotógrafos e jornalistas, que fizeram algumas sugestões ao realizador. Segundo Neu Lopes, o trabalho foi reformulado e ficou “muito melhor”. Ao analisar as dicas, o cineasta acabou por introduzir mais uma outra entrevista e música e ainda abordar a ligação de Manuel d’Novas com o Carnaval, algo que o estava a escapar. “Temos de ter a humildade suficiente para reconhecer que não somos perfeitos e que as opiniões das outras pessoas contam. Este filme, como costumo dizer, não é só meu. É de todos os cabo-verdianos. Muita gente vai ser invadida por um sentimento de pertença quando verem o trabalho”, diz Neu Lopes, que espera fazer a apresentação pública do documentário no mês de Janeiro. Para ele, muita gente deverá estar ansiosa para ver o filme.

2020, segundo Lopes, será um ano importante para o documentário. O seu plano é levar a obra para festivais internacionais e divulga-la nas universidades e escolas secundárias. Além disso não descarta a possibilidade de começar a projectar a sua produção em massa para comercialização. O seu grande receio prende-se, no entanto, com a pirataria.

Kim-Zé Brito

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