O actor brasileiro Chico Diaz, muito conhecido dos cabo-verdianos pelo seu papel no filme “O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, é um dos convidados de honra da edição 2019 do Festival Internacional de Teatro de São Vicente, Mindelact. Segundo o dramaturgo e presidente da Associação Mindelact, João Branco, o desejo de estar neste festival partiu do próprio actor, o que engrandece ainda mais a presença neste certame.
“Na verdade, o actor manifestou intenção de vir e então fizemos o convite. O que nos emociona foi que a iniciativa foi dele”, diz João Branco, que garante liberdade total ao actor para fazer o que quiser durante o festival, enquanto convidado da organização deste que é o maior festival de teatro de África.
“É um actor importantíssimo da sua geração. Teve presença num dos filmes mais impactantes feitos em Cabo Verde. É um artista muito acarinhado pelos cabo-verdianos e manifestou vontade de conhecer de perto o Mindelact. É nosso convidado”, acrescenta entusiasmado o presidente do Mindelact.
Depois de 22 anos da realização do filme “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo – foi em 1997 que o livro de estreia do escritor Germano Almeida foi adaptado para o cinema – Chico Diaz vai voltar a pisar solo mindelense. Apesar desta longa ausência, Branco garante que daqui de S. Vicente continuou-se a seguir todos os passos do actor.
Chico Diaz é um dos mais aclamados actores brasileiros, sobretudo a nível do cinema. Em uma reportagem sobre audiovisual publicado no caderno Cultura no Jornal do Brasil, pode-se ler que “Chico tem o tom do cinema. É fácil fazer cinema bem com ele por isso: basta responder no tom dele”.
Também brilhou na TV em novelas como “Paraíso tropical” (2007) e “Velho Chico” (2016), e na minissérie “The american guest”, de Bruno Barreto, como Marechal Cândido Rondon (1865-1958), o defensor dos índios. Participou ainda de montagens lendárias como “O que diz Molero”, romance de Dinis Machado (1930-2008) encenado por Aderbal Freire Filho em 2003, e “A lua vem da Ásia”, baseado em Campos de Carvalho (1916-1998), com o qual ele ficou dois anos viajando pelo Brasil.
Constânça de Pina