O maestro Mick Lima está a exigir do Estrela do Mar o pagamento de uma dívida de quase 500 contos referente ao serviço de batucada prestado ao grupo no desfile do Carnaval 2023. De um orçamento de 600 mil escudos, o EdM, segundo o percussionista, chegou a pagar cerca de 10 por cento do valor e até agora, quase um ano decorrido, não saldou o resto da conta. Na sua opinião, por este motivo, o grupo evitou voltar a convida-lo a assumir a bateria este ano.
Mick Lima confessa que estava à espera que a nova direção honrasse esse compromisso, mas, para seu desalento, Júlio do Rosário, o actual presidente, deixou claro que a dívida deve ser paga pela direção anterior. “A direção recém-eleita acha que a conta deve ser assumida pela direção anterior, o que não tem cabimento. Fiz acordo foi com a instituição Estrela do Mar e não tenho nada a ver com eleições internas do grupo”, pontua o músico, cujo nome está bastante ligado à história do grémio carnavalesco.
Mick revela que teve apenas uma conversa com o novo presidente do EdM, quando se encontraram por acaso na rua. Nesse encontro, diz, Júlio do Rosário pediu-lhe desculpas por o grupo ter optado por uma outra batucada e entendeu que a dívida deveria ser assacada à anterior equipa directiva. “Para mim o grupo está a lavar as mãos e a demonstrar uma grande falta de consideração à minha pessoa e aos tocadores”, frisa o maestro, que tem recebido chamadas dos ritmistas sobre o pagamento do serviço prestado no ano passado.
Abordado pela reportagem do Mindelinsite, Júlio do Rosário refutou as declarações de Mick Lima quando este afirma que o grupo está a negar pagar a referida dívida. Segundo o actual presidente do EdM, acontece que não encontrou nenhum documento sobre a alegada dívida pelo que não pode pagar uma conta sem estar na posse do contrato e da factura. “Mick não pode dizer que o Estrela do Mar está a dever-lhe um determinado montante se não há qualquer documento comprovativo. Não encontramos nada sobre essa dívida. Alguém não pode aparecer e dizer que o grupo lhe deve sem provar isso”, esclarece o empresário.
Se Mick Lima apresentar um documento, diz Júlio do Rosário, o EdM vai assumir essa responsabilidade. Até agora, diz, tudo parece apontar para um acordo verbal, algo estabelecido com a anterior direção na base da boa-fé. Se for assim, acrescenta, cabe à ex-direcção esclarecer o assunto.
O Mindelinsite entrou em contacto com o anterior presidente do Estrela do Mar, que alegou falta de disponibilidade para falar por estar nesse momento a trabalhar. Fernando Fonseca deixou claro que iria abordar o assunto com o jornal, mas não atendeu a outras duas chamadas telefónicas. Assim sendo, o jornal decidiu avançar com os dados apurados e manter a porta aberta caso Nando, como é conhecido, quiser dar a sua versão sobre o caso.