A companhia CV Interilhas confirmou ontem ao Mindelinsite que o navio Inter-ilhas sofreu uma “ligeira” avaria num dos motores, mas negou que o mesmo foi rebocado de Santo Antão para S. Vicente e que tenha havido algum risco de naufrágio durante essa operação. Segundo a empresa, a embarcação acusou o problema na primeira ligação, quando atravessava o canal entre as ilhas de S. Vicente e Santo Antão, mas conseguiu prosseguir a viagem com o outro motor. “No regresso a S. Vicente, parou para fazer a reparação, que já está pronta”, informa a empresa, que esperava recolocar o Inter-Ilhas na sua rota normal.
A CV Interilhas assegura, entretanto, que as outras duas ligações de anteontem e a primeira de ontem foram asseguradas pelo navio San Gwan. Entretanto, devido a sua capacidade de carga, San Gwan não conseguiu transportar todas as viaturas no trajecto Porto Novo – Porto Grande, tendo dado vazão aos passageiros.
Questionada por Mindelinsite sobre o processo de certificação do navio Chiquinho BL, que, conforme apurou este jornal, pode estar em causa devido a alegadas incompatibilidades entre a altura da rampa do barco e a estrutura dos portos, a CVI não responde concretamente a questão. Apenas assegura que está neste momento em curso o registo da bandeira do navio no Instituto Marítimo e Portuário. “A empresa vai aguardar o normal desenrolar do processo de licenciamento e certificação, em estado adiantado, junto do IMP”, realça a gestão da empresa.
Estas informações foram prestadas numa altura em que o transporte marítimo, e por arrastamento a situação da CVI, esteve no centro do debate parlamentar. Durante a sessão de ontem, o PAICV anunciou que a empresa não anda a cumprir o caderno de encargos e afirmou que o navio Chiquinho não foi comprado pela CVI, mas sim alugado pela companhia ao grupo português ETE. Segundo o deputado João do Carmo, apesar de tantos recursos que o Governo de Cabo Verde injecta na companhia, esta, ao invés de adquirir um navio para o país, resolve alugar uma unidade. Para ele, os cabo-verdianos precisam saber por que razão o navio ainda não foi certificado e o motivo que leva a região autónoma da Madeira a não emitir o registo definitivo da referida embarcação.
O PAICV aproveitou a sua intervenção para ainda questionar a verdadeira idade e o estado de conservação do navio. Neste sentido confrontou o MpD e o Governo com o facto de a idade e o ano de fabrico do navio não constarem dos sites internacionais do sector marítimo, apesar de se propalar que Chiquinho é novo.