Se há algo que pode colocar um travão no sonho de muita gente de sambar nos grupos oficiais do Carnaval de S. Vicente é dinheiro, ou melhor, falta de dinheiro. Na realidade, ha uma tendencia para o aumento do preço dos trajes, o que acaba por desmotivar os mais cautelosos.
Porém, o Carnaval está cheio de estorias de pessoas que usaram a criatividade para ludibriar as dificuldades financeiras com o unico intuito de colorir a Rua de Lisboa. Um caso ilustrativo foi a solução encontrada pela vendedeira Joana Delgado, 51 anos, figurante de uma das alas do grupo Vindos do Oriente. Esta mulher empreendedora confidenciou ao Mindelinsite que financiou o seu traje com o dinheiro da venda de pastéis à porta do local de ensaio.
Todos os dias, explica, produz entre 500 a 1000 unidades, que vende a dez escudos cada antes de entrar para a quadra de ensaios. No espaço de hora e meia, adianta, os produtos desaparecem do seu balaio, a tempo de participar nos preparativos no campo de ténis do Castilho.
“Compram os pastéis num piscar de olho e ainda ficam a chorar por mais”, diz com um sorriso de orgulho. “O segredo? Muito amor e carinho!”, responde dona Joana, que apostou na venda de pastéis por serem um produto muito procurado. Esta comerciante entende que quem quiser algo tem que se esforçar. Logo, para ela, tudo na vida depende do empenho de cada um.
O dinheiro da venda e entregue a uma comissão para financiar a roupa. Ha tres anos que essa folia utiliza essa estratégia, que, garante, tem dado resultado. Tanto assim que ja chegou a receber “troco” do valor depositado. Este ano, o seu traje deve custar 10 contos e ja esta tudo pago. Agora o foco e brincar o Carnaval no dia 25 com a alegria que a caracteriza.