O presidente Umaro Sissoco Embaló elegeu o turismo, a pesca, a justiça e a segurança como as áreas com maior possibilidade de estabelecimento imediato de acordos entre Guiné-Bissau e Cabo Verde. Na sequência da sua visita oficial ao arquipélago, o Chefe de Estado guineense enfatizou a necessidade de Bissau aproveitar a experiência de Cabo Verde no turismo, sector que o seu país quer fortalecer. Aliás, disse, já existe um “acordo-chapéu” entre os dois países nesse domínio, pelo que o ministro guineense vai trabalhar de imediato na elaboração das bases dessa parceria.
O presidente da Guiné-Bissau veio acompanhado do Procurador-Geral e do Director da Polícia Judiciária com a intenção de estabelecer laços de cooperação com Cabo Verde nos domínios da segurança e defesa. “Gostariamos de ver Cabo Verde integrar as missões de paz da ONU e da CEDEAO e a Guiné-Bissau tem uma experiência acumulada desde 1986 nessa área”, realça Embaló, para quem a visita cumpriu todos os objectivos e estão lançadas as bases para o reforço de trocas comerciais entre os dois mercados.
Condecorado pelo seu homólogo cabo-verdiano com o Primeiro Grau da Medalha Amilcar Cabral, o presidente Umaro Embaló enalteceu a necessidade de Cabo Verde e Guiné-Bissau encetarem um processo de reaproximação. É que, lembrou, desde novembro de 1980 que as relações entre os dois países, que lutaram juntos contra o colonialismo, sofreu um corte profundo. Agora, realça, esse processo volta a ganhar embalagem graças ao empenho dos actuais presidentes dos dois Estados.
“A elevada condecoração do Estado de Cabo Verde que acaba de distinguir-me não é só à minha pessoa, mas sim um gesto do povo de Cabo Verde para com o da Guiné-Bissau, um voto de confiança e amizade”, considerou Embaló.
Para Jorge Carlos Fonseca, que foi também condecorado na Guiné-Bissau ao mais alto nível, as relações entre Bissau e Praia vão continuar a trilhar o seu caminho, independente de qualquer presidente ou governo dos dois países. Fonseca frisou ainda que os dois Estados soberanos devem passar a falar a uma mesma voz e defender os interesses comuns nas instituições internacionais onde estão presdentes.