Vigilantes das empresas de segurança privada Silmac, Sepricav e Sonasa agendaram uma greve para 20, 21 e 22 de fevereiro, os três dias mais fortes do Carnaval em S. Vicente. A data, reconhece o sindicalista Heidy Ganeto, foi escolhida de propósito, por coincidir com um momento de grande movimento de pessoas na cidade do Mindelo, o que eleva o alerta de segurança.
Segundo o responsável em S. Vicente do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Afins (Siacsa), os motivos são as já conhecidas reclamações dessa classe profissional como a falta do cumprimento do acordo colectivo de trabalho e o desrespeito pelo salário mínimo, que, diz Ganeto, passou dos 13.000 para catorze mil escudos. Para ele, seria ótimo para esses funcionários receberem a actualização salarial com retroactivo. No caso da Sonasa, o sindicalista acrescenta que há dois anos que esta empresa tem estado a congelar o envio de descontos para o INPS e nega atribuir um subsídio de 3.500 escudos aos vigilantes que trabalham no Porto Grande.
Heidy Ganeto acrescenta a esse rol falhas do próprio Governo, que, segundo o mesmo, prometeu mudar a lei para penalizar as empresas que desrespeitam o preço de mercado e ainda não cumpriu esse compromisso. “Não há penalização para as empresas que praticam a concorrência desleal e isso ocorre nos próprios concursos públicos, quando apresentam propostas abaixo do preço normal”, enfatiza o dirigente sindical. Este sublinha que o Estado é tido como um dos grandes devedores das empresas de segurança privada, o que dificulta a situação das suas tesourarias e por arrastamento os funcionários.
Desde o dia 8 de fevereiro que o Siacsa enviou a carta do aviso de greve à Direção-Geral do Trabalho e adianta que haverá um encontro de conciliação esta semana. O sindicato estima a adesão de 80 por cento dos mais de 400 trabalhadores das três empresas. É que, no caso da Silmac, a paralisação deve envolver os auxiliares e supervisores. No entanto, o interesse da organização sindical é que possa haver um acordo com as empresas a tempo de evitar a greve.
O Mindelinsite tentou ouvir as direções das empresas Silmac, Sepricav e Sonasa, mas foi impossível recolher as suas reações até o momento da publicação desta notícia. O jornal vai continuar esse contacto e trazer a posição das mesmas numa próxima oportunidade.