UNTC-CS promove formação sobre Convenção 190: SG recusa reagir a acusação de impedimento de entrada de membro em reunião do Secretariado

A UNTC-CS promove desde ontem em São Vicente um seminário formativo, com apoio da União Europeia, para dirigentes, delegados e activistas sindicais sobre as normas internacionais do trabalho com foco na Convenção 190 que versa sobre a violência e o assédio nos locais de trabalho. Á imprensa, a Secretária-Geral da UNTC-CS recusou tecer quaisquer comentários às declarações do sindicalista Tomás de Aquino, que acusou o seu segurança pessoal de impedir o colega Agostinho Silva de participar na formação e na reunião do Secretariado Nacional desta Central.

Focando sobretudo no seminário, Joaquina Almeida explicou que a Convenção 190 é a mais nova decisão da Organização Internacional do Trabalho (OIT), adoptada na 108ª Conferência desta organização trabalhista em 2019, encontro que recomendou que esta seja amplamente analisada, discutida e divulgada no seio da sociedade civil. Esta tarefa, diz, cabe aos parceiros sociais. Já às Centrais Sindicais, têm a responsabilidade de instar as autoridades a ratifica-la por forma a ser aplicada integralmente nos países membros da OIT.

“A Convenção 190 ainda não foi ratifica por Cabo Verde. Apenas cinco países no mundo já a assinaram, mas estamos a fazer todo um trabalho de modo a que as autoridades nacionais possam vir a reconhecer esta convenção”, declarou a SG, que e encontra no Mindelo para ministrar esta formação para 40 dirigentes e delgados sindicais, oriundas de todas as ilhas. “São estas pessoas que vão transmitir as informações aqui recebidas nas suas ilhas e comunidades. Infelizmente não temos dado muita importância a esta convenção, apesar dos relatos de trabalhadores sobre violência e assédio, que vem ganhando cada vez mais espaço em Cabo Verde. É uma questão muito delicada e os trabalhadores sentem vergonha de denunciar, sobretudo se se o assédio for de cariz sexual. Também temem perder os postos de trabalho.”

Quanto às declarações de Tomás de Aquino sobre o alegado impedimento de entrada numa sala da Uni-Mindelo para participar no seminário e na reunião do Secretariado Nacional da UNTC-CS, Joaquina Almeida diz desconhecer o assunto. Prometeu, no entanto, reagir, logo que se inteirar dos factos. “Não conheço o representante do Maio, não vi e nem sei onde está o Agostinho Silva, que deveria estar na sua ilha a trabalhar. Pelo que sei, ele é pago pela CV Telecom para trabalhar. Agora, se veio à S. Vicente para passear não sei. Só poderei pronunciar após conhecer os factos”, concluiu.

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