A União dos Sindicatos de São Vicente afirmou que a Secretária geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde-Central Sindical não tem moral para exigir contas já que, desde que assumiu estas funções, há três anos, nunca prestou contas em sede própria, que é o Conselho Nacional. Tomás de Aquino, porta-voz da União dos Sindicatos de S. Vicente, reagia às declarações de Joaquina Almeida, que justificou a não realização das reuniões do Conselho Nacional, que é anual, com “dificuldades financeiras”.
Este dirigente sindical mindelense contesta ainda a afirmação de Joaquina de que a falta de recursos se deve ao facto de alguns sindicatos não pagarem as suas quotas de filiação. “É verdade que, num universo de 17/18 sindicatos, que estão verdadeiramente filiados na UNTC-CS, há quatros que ela suspendeu, de forma abusiva e ilegal, por estarem com as respetivas quotas de filiação em atraso. O que não diz e omite, intencionalmente, é que estes quatros sindicatos têm vindo a tentar reunir-se com a direcção da UNTC-CS para negociar o pagamento faseado das suas dívidas e ela tem negado, exigindo a liquidação a pronto e na totalidade.”
O mais estranho, frisa, é que a Secretária Geral de UNTC-CS herdou uma situação financeira invejável, por conta da alienação do Centro Social 1º de Maio, na Fazenda. Mesmo assim, prossegue, os sindicatos fizeram saber à SG da UNTC-CS, quer na comunicação social, quer por escrito, que estão dispostos a comparticipar nas despesas com deslocações e estadia dos membros do CN, caso for agendada e marcada a reunião deste órgão.
Sobre a alegada auditoria que Joaquina pretende mandar fazer à União dos Sindicatos, Aquino diz que a UNTC-CS não tem contas em São Vicente. “A SG quer dar a ideia de que transfere recursos financeiros para São Vicente e quer ver como estes estão a ser aplicados. Que fique, pois, claro, que a Secretária Geral da UNTC-CS não transfere um único tostão sequer para S. Vicente, mas mais do que isso, ela não transfere absolutamente nada para esta ilha, nem uma folha de papel sequer. Da Praia, não vem nada para S. Vicente.”
De acordo com estes sindicalistas, os recursos da União dos Sindicatos de S. Vicente são provenientes de contribuições mensais pagas por seus membros, em valores fixos para as despesas de funcionamento. “Se esperássemos pelo apoio da Secretária Geral da UNTC-CS estávamos com as portas fechadas. Com vista a enganar os trabalhadores, dirigentes sindicais e a opinião pública em geral, resolveu aparecer a pedir contas, quando não há contas nenhumas a prestar, já que nada envia para esta USV”, conclui.