O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou a atribuição de um prémio de 500 mil escudos a David Pina, pugilista que conquistou a primeira medalha olímpica de Cabo Verde nos Jogos Olímpicos, em Paris 2024. O atleta vai ser ainda condecorado pelo Governo. Esta decisão foi revelada após uma onda de críticas nas redes sociais a um primeiro post do PM logo após a histórica conquista do pugilista.
Numa publicação na sua conta no facebook, o chefe do Governo começou por parabenizar o pugilista pela grande prestação. “Fica na história como o primeiro medalhado cabo-verdiano nos jogos olímpicos,” escreveu. Ulisses Correia e Silva cita, entretanto, o regulamento governamental que define as competições desportivas para anunciar que David de Pina será comtemplado com um valor de quinhentos mil escudos, pela conquista da medalha de bronze.
“Será também condecorado pelo governo de Cabo Verde. A nação está orgulhosa deste grande momento para o nosso desporto!”, acrescentou. De referir que este anuncio sucede uma primeira publicação em que o PM revelou que tinha falado com o pugilista e com o seu treinador e que, logo após os Jogos Olímpicos, virão para Cabo Verde para partilhar o grande feito.
Esta publicação teve mais mil comentários, muitos dos quais de pessoas a acusar Correia e Silva de hipocrisia, tendo em conta que o Governo “nunca” apoiou o pugilista. David de Pina, recorda-se, chegou a confessar que foi abandonado para garantir a qualificação, inclusive teve de suspender a sua preparação para trabalhar por forma a garantir o sustento da família.
Antes das semi-finais, David Pina expressou a sua frustração em uma entrevista ao jornal Publico em que afirmava ser um simples cabo-verdiano, que não era ninguém. Após a conquista da medalha de bronze, acreditava que passou a ser alguém. “As pessoas sentem o que eu fiz. Sentem o meu boxe. Hoje entrei nos quatro melhores do mundo – e melhor de África. Hoje, as pessoas reconhecem o meu talento. E, pelo que passei, mereço ser reconhecido”, dizia.
Ainda assim, via o seu futuro incerto, mas espera mudanças na sua vida com esta conquista, sob pena de abandonar o boxe. “Vou ser sincero: se não tiver melhores condições eu páro de treinar e de fazer boxe. Tenho família para sustentar e o boxe ainda não me deu isso. Se este resultado não mudar a minha vida, tenho de deixar e ir trabalhar para o futuro da minha família”, assegurou.
Talvez na sequência deste desabafo e tendo em conta as muitas criticas, o PM veio então a publico anunciar o prémio de 500 contos e a condecoração.