O presidente da UCID garantiu esta manhã que o partido estará frontalmente contra uma revisão dos vencimentos da classe política enquanto não for definida uma estrutura capaz de traduzir o equilíbrio dos salários dos trabalhadores cabo-verdianos a nível nacional. Segundo João Santos Luís, desde 2015 – ano em que foi realizada uma grande manifestação nacional convocada pelo movimento MAC#114 contra o aumento dos rendimentos dos titulares de cargos políticos – que os democratas-cristãos assumiram esse posicionamento. E assegura que, enquanto for líder da UCID, não irá ceder.
“Temos vindo a pedir ao poder a redefinição da tabela salarial para que traduza o equilíbrio a nível nacional. Enquanto isto não for feito, o nosso voto nesta legislatura será contra a revisão dos salários dos políticos”, frisa Santos Luís. Este enfatiza que o voto da UCID pode ser insuficiente para travar alguma iniciativa do Governo e do partido que o suporta nesse sentido, mas diz que terá, mesmo assim, o seu peso político.
Esta foi a declaração do presidente da UCID quando instado esta manhã sobre a posição dos democratas-cristãos quanto ao aumento dos rendimentos dos políticos. Rapidamente, Santos Luís entendeu que a questão tinha a ver com o facto de o deputado Paulo Veiga, líder parlamentar do MpD, ter afirmado num programa da RCV que a classe política é mal remunerada em Cabo Verde, se for levada em conta as suas responsabilidades. Veiga alegou que há uma grande disparidade salarial entre o sector privado e os detentores de cargos políticos e ilustrou essa situação com a sua própria experiência. Enfatizou que esteve a trabalhar no sector privado até 2016 e que o seu rendimento era quatro a cinco vezes superior ao que aufere enquanto líder parlamentar. No entanto, acrescenta, a responsabilidade que pende sobre os seus ombros nessa qualidade e enquanto ministro é muito superior comparativamente a de um empresário privado.