UCID diz que viabilizou Orçamento da CMSV porque não pode virar as costas a SV e à população afetada pela “Erin”

A UCID esclareceu esta manhã que viabilizou o Orçamento e Plano de Actividades da CMSV, com abstenção no momento do voto, porque neste momento a ilha de S. Vicente e a sua população estão a precisar recompor-se das consequências nefastas da tempestade Erin. Mesmo ciente de que esse instrumento tem fragilidades, o partido, segundo Anilton Andrade, não poderia virar as costas a quem perdeu familiares e viu a sua casa arrasada pela enxurrada. “Votar contra seria não sentir a dor de quem ainda se encontra desalojado e ainda sente o gosto amargo da lama”, reforça o líder dos democratas-cristãos em S. Vicente.

“Se nos perguntarem se esses instrumentos servem na totalidade os desafios do município a resposta é negativa. O Orçamento tem falhas, desde logo a ausência de uma visão estratégica e de uma clara identificação das prioridades. Deveria ser mais robusto e ambicioso e vai aumentar a dívida com um empréstimo de 400 mil contos. Mas não poderíamos bloquear o funcionamento da ilha num momento tão particular e sensível”, explica Anilton Andrade.

Apesar disso, este eleito municipal assume que o Orçamento e Plano de Actividades para 2026 representam a esperança da continuidade dos serviços camarários e podem ajudar a retirar as famílias do sufoco. Segundo Andrade, a UCID faz isso por ser uma oposição responsável, que coloca as famílias acima do partido. Alerta, no entanto, que isso não se trata de um cheque em branco passado ao edil Augusto Neves. Garante que vão fiscalizar a aplicação do Orçamento e tirar ilações.

Outro motivo que levou o referido partido a votar abstenção e, deste modo, permitir a aprovação dos instrumentos, tem a ver com a introdução de algumas propostas no Orçamento. Anilton Andrade afirma que a UCID foi dando contribuições que viu no documento, como a reabilitação de infraestruturas, reforço da iluminação pública, fundo de risco climático, regularização da situação laboral de funcionários da CMSV, mais verbas para recuperação de casas afectadas pela tempestade e a elaboração do PDM.

Sobre este documento cuja elaboração, segundo o PAICV, não está orçado para 2026, Andrade diz que já houve a aprovação de um concurso público para o efeito e espera que seja aprovado e homologado no próximo ano. Salienta que o Orçamento contempla a contração de uma dívida que, na sua expectativa, vai permitir a elaboração do estudo. Salienta que, se S. Vicente não for dotada do seu PDM em 2026, a UCID vai-se sentir traído pela CMSV.

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