A UCID desafia o governo a melhorar os salários dos cabo-verdianos, realçando que esta decisão está intrinsecamente ligada a redução da pobreza absoluta em Cabo Verde. João Santos Luís admite que os sucessos governos têm feito um esforço no sentido de erradicar a pobreza extrema e reduzir a pobreza absoluta mas, afirma, as estratégias adoptadas não tem sido as melhores, afirma.
Em conferência de imprensa, este líder partidário defende que as “maiorias absolutas” de um único partido que têm governado o país têm sido um entrave ao seu desenvolvimento. “Acreditamos que a insuficiências e ou ausência de dialogo e a rejeição sistemática de ideais de quem está na oposição vem contribuindo para retardar o desenvolvimento almejado para Cabo Verde.”
No caso do MpD que, afirma, governa Cabo Verde desde 2016, já aprovou nove Orçamentos de Estado, tendo tido a sua disposição 500 milhões de contos para fazer face as despesas de investimento e de funcionamento da maquina do Estado ao longo dos sete últimos anos. “Um governo eficiente podia ter feito muito mais para fortalecer a estrutura económica e criar a resiliência que a economia precisa para gerar riqueza, criar empregos e consequentemente reduzir a pobreza absoluta e eliminar a pobreza extrema no país”, constata este político, para quem as prioridades definidas pelo executivo não têm correspondido as reais necessidades da economia, dos cidadãos e do país.
Para João Luís, a estratégia definida pelo governo para erradicar a pobreza extrema em 2026 e reduzir a pobreza absoluta em 2030, baseada nos pressupostos de “expansão do rendimento social, promoção de rendimento de inclusão e expansão da cobertura da pensão social, afigura-se como medidas complementares, pelo que atingir estes objetivos será uma utopia.
Desafia por isso o Governo a apostar fortemente em medidas primárias que poderão dar suporte a aquelas anunciadas pelo Primeiro-ministro, lembrando que Cabo Verde precisa fortalecer a sua estrutura económica para que as tais medidas possam ter aplicação e sustentabilidade. “Precisamos apostar seriamente nos setores Primário e secundário da nossa economia para que possamos ter um tecido económico pujante, que ajude o país a resistir aos choques externos, aliás esta chamada de atenção tem sido feita pelos organismos internacionais aos governantes do país”, especifica.
Sobre este particular, o presidente da UCID centra-se sobretudo no salário de miséria que, afirma, sequer dá para resolver os problemas familiares básicos. “Estes cidadãos, mesmo trabalhando, estão na pobreza, porque não conseguem morar numa casa com dignidade com suas famílias, não conseguem alimentar bem os seus filhos e não conseguem acompanhar a alta dos preços de produtos que se verifica nos últimos tempos”, diz João Santos Luís, aproveitando para desafiar o Chefe do Governo a explicar como pretende reduzir a pobreza absoluta sem resolver o problema da estrutura salarial em Cabo Verde.
Para este político, os cabo-verdianos não querem estar de mãos estendidas a espera de esmola do governo em anos pré-eleitorais. Querem sim melhores politicas econômicas para o país e que estas sejam aplicadas da melhor forma para que a economia, por si só, os ajude a resolver os seus problemas. A redução da pobreza absoluta está intrinsicamente ligada ao melhor salário, melhor acesso ao saneamento, a uma habitação condigna, ao melhor acesso ao credito, a realização de investimentos em sectores chaves, remata.