O Presidente da UCID considerou hoje, em sessão ordinária no Parlamento, que a governação do PAICV arrebentou com a companhia aérea nacional e que, por sua vez, o MpD a enterrou. António Monteiro disse ainda não entender os números apresentados pelo Governo, relativos a venda da TACV para a Loftleider Cabo Verde e considera que a empresa não poderia ter sido vendida por 1,3 milhões de Euros, pois esse valor não corresponde aos seus quase 70 anos de conhecimento, operando no mercado.
Estas confrontações foram apresentadas ao Ministro do Turismo e Transportes, José Gonçalves, que respondeu, dizendo que não há um valor absoluto no preço de venda e sim o que resulta da negociação entre o vendedor e o comprador. “Se repararmos, por exemplo, na avaliação patrimonial da TACV, há coisas que não possuem valor para este comprador. Há peças obsoletas de ATR e até de HS que estavam amontoados e que não têm valor para o comprador. Porque que ele vai pagar por eles?”, questionou.
Para o deputado Emanuel Barbosa (MpD), o PAICV, de facto, arrebentou com a TACV e, depois da tentativa falhada de privatização, cria agora uma narrativa de que o Governo está a vender o país e a privatizar o Estado. “Não enterramos a TACV. Nós juntamos os cacos e colocamos a companhia em condições de ser privatizada, pelo valor do mercado”, corrigiu.
António Monteiro apontou ainda irregularidades e ilegalidades na venda dos TACV, mas foi-lhe sugerido pelo ministro que tutela os transportes que levasse então estas ilegalidades às entidades competentes. Do mesmo modo, o deputado Nuias Silva (PAICV) questionou o ministro sobre as contas dos TACV, que, segundo este, não foram apresentadas nos últimos três anos e sobre a inexistência de voos domésticos para São Vicente e Boa Vista. Gonçalves garante que se está a trabalhar para resolver a situação dos voos da Praia e de São Vicente, de modo a servir melhor o povo de todas as ilhas.
Neste momento está a decorrer ainda no parlamento um debate com um Ministro do Turismo e Transportes, José Gonçalves, marcado ainda por assuntos como o contracto de concessão dos transportes marítimos de Cabo Verde e a actual situação de monopólio de que goza a Binter no mercado doméstico, situação que, garante José Gonçalves, está também a ser trabalhado, junto da companhia, pois o mercado está aberto e o objectivo não é ser serviço somente por uma companhia aérea.
Natalina Andrade (Estagiária)