UCID acusa Neves de “rasgar” lista de beneficiários de Casa para Todos e vai pedir uma auditoria do ministério das Infraestruturas à CMSV

A UCID vai pedir ao ministério das Infra-estruturas e do Ordenamento do Território para averiguar como a Câmara de S. Vicente fez a distribuição das moradias da classe A do programa Casa para Todos na localidade de Chã d’Vital. Para os democratas-cristãos houve uma evidente falta de transparência no processo, que, na perspectiva desse partido, pode ser facilmente comprovada.

Segundo João Luís, a UCID vai dar entrada ao pedido de auditoria já na segunda-feira, visto que, pelos dados apurados, o presidente da CMSV pura e simplesmente rasgou a lista entregue pelos serviços sociais da autarquia dos agregados familiares que deveriam ser contemplados com um dos apartamentos da classe A e passou ele próprio a escolher quem deveria receber as moradias. “Temos informações de fontes seguras que o Presidente rasgou a lista e passou a chamar as pessoas beneficiárias directamente, fugindo desse modo das normas de selecção dos agregados”, afirmou o vice-Presidente da UCID esta manhã em conferência de imprensa, que acusa o edil Augusto Neves de usar o património público como se fosse da sua pessoa.

Pelos cálculos da UCID, o processo foi bem aplicado em apenas entre 20 a 30 por cento dos casos. Nos restantes 70 por cento, as situações, diz João Luís, configuram escolhas pouco transparentes, resultantes de convites directos do presidente da CMSV. Esta análise, reforça, advém das visitas efectuadas ao complexo de Chã d’Vital. Como lembra este também deputado nacional, as casas de classe A deveriam abranger famílias de baixa renda, agregados monoparentais, pessoas deficientes e aquelas que vivem do salário mínimo. Só que, diz, a forma como a CMSV tem agido configura uma autêntica maldade em relação às pessoas mais necessitadas. Acrescenta ainda que há gente a morar no complexo de Chã d’Vital sem água e energia eléctrica.

Segundo João Luís, a UCID tem usado os deputados municipais para conhecer os critérios usados pela Câmara de S. Vicente para escolher os beneficiários, mas o presidente tem feito “orelhas moucas” aos sucessivos pedidos. Por isso, diz, o partido decidiu entregar o pedido de auditoria ao ministério das Infra-estruturas já na segunda-feira.

Kim-Zé Brito

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