Trabalhadores da UTA decidem partir para greve: Mais de 70% já garantiu adesão, segundo Luís Fortes

Os trabalhadores da Universidade Técnica do Atlântico agendaram uma greve de dois dias, a partir de 21 de outubro, cansados com a gestão levado a cabo pela reitoria dessa instituição do ensino superior desde que foi empossada em agosto de 2020. Segundo o sindicalista Luis Fortes, mais de 70 por cento dos professores e não-docentes da UTA, afectos fundamentalmente ao Isecmar, já garantiram a sua adesão a essa forma de luta laboral.

Fortes assegura que o pre-aviso de greve já foi endereçada à Direçao-Geral do Trabalho e que, se as reivindicações não forem satisfeitas, os funcionários estão dispostos a repetir a paralisação, até que haja um acordo entre as partes. “A criação da UTA foi concebida numa perspectiva de dotar S. Vicente de um campus universitário do mar, uma medida que trouxe alguma esperança e investimento académico na ilha. Se o governo bem pensou, pode-se dizer que a implementação da ideia tem sido muito mal executada”, critica o secretário do SINTAP, ladeado por vários professores. A começar, especifica, pela falta de valorização dos recursos humanos, com sinais de perseguição e de tentativas de silenciamento de vozes críticas no ambiente académico pela reitoria da universidade.

Como enfatiza o sindicalista, mais de um ano após a criação da UTA, não foi constituído o Conselho Geral, órgão colegial da gestão da universidade, falta publicar a lista de transição dos trabalhadores da Faculdade de Engenharias e Ciências do Mar da UniCV para a UTA, além de atropelos aos Estatutos. Luís Fortes salienta que o processo de transição já gozava de consenso e que o mesmo seria acompanhado da resolução de outras pendências dos funcionários. Entretanto, acrescenta, dos encontros havidos com o ministro da Educação ficou claro que o Orçamento do Estado para 2021 não iria contemplar o impacto financeiro da resolução das pendências, mas que estas seriam enquadradas no OGE para 2022.

Porém, diz o dirigente sindical, para que tudo fique resolvido no próximo ano, todos os instrumentos de gestão terão de ser aprovados e publicados ainda este ano. Entretanto, ainda nenhum desses importantes instrumentos foram apresentados pelo que coloca dúvidas sobre o sucesso desse processo.

Cansados com as decisões da reitoria, que acusam ainda de criar serviços fora da orgânica, os trabalhadores reuniram-se com o SINTAP, analisaram a situação e decidiram partir para a greve. É que, diz Fortes, reina um clima de intimidação e de perseguição dentro da UTA e até agora três ou quadro dirigentes pediram a sua demissão dos cargos que exerciam na reitoria, por discordarem das práticas de gestão.

Conforme um caderno reivindicativo distribuído à imprensa, desde que a equipa reitoral foi empossada, em 20 de agosto de 2020, o pessoal do Isecmar vem assistindo a uma gestão com várias práticas que ferem os Estatutos da UTA e outros dispositivos legais. Nesse documento pedem a regularização da carreira dos funcionários – com a imediata reclassificação e progressão de todos -, o normal funcionamento da universidade – com autonomia financeira, suspensão das medidas ilegais tomadas pela reitora, a criação de uma comissão instaladora com quadros da UTA…

Sair da versão mobile