SNPAC afirma que pilotos não cumpriram requisição civil por falta de condições para realizar voos

O presidente do Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil (SNPAC) esclareceu hoje que quatro dos oito pilotos solicitados pela requisição civil não estavam em condições de realizar voos e o ambiente actual não é recomendado na aviação. Em declarações à imprensa, Edmilson Aguiar, adiantou que outros dois pilotos estavam de baixa médica e de folga, um encontrava-se fora do país a frequentar um simulador e outro tinha a licença caducada. O sindicalista, conforme noticia a Inforpress, revelou que a direcção das operações de voo não foi consultada e foram requisitados quatro pilotos que não estavam em condições de trabalhar.

Destacou que, perante estas condições, a operação não poderia ser realizada e insistiu que não se trata de uma questão de má vontade, mas sim de segurança operacional. “Num ambiente crispado e de tensão, não é recomendável forçar os pilotos a operar voos. O sector da aviação é extremamente sensível e exige condições físicas e psicológicas adequadas para garantir a segurança de todos”, afirmou. Aguiar reforçou que, por essa razão, o sindicato optou por não negociar os serviços mínimos durante o período de greve.

O dirigente sindical do SNPAC explicou, segundo a agência de notícias, que qualquer imposição sem garantir as condições exigidas pelos manuais aeronáuticos e operacionais da TACV representa um risco. “Se o piloto declara não estar em condições, mesmo sem avaliação médica formal, não pode ser obrigado a voar”, sublinhou.

O SNPAC assegurou hoje que vai apresentar uma queixa na Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra a requisição civil decretada pelo Governo, bem como uma acção contra a administração da TACV por aliciamento e a direção dos Recursos Humanos da companhia. Segundo Edmilson Aguiar, a requisição civil, tal como foi aplicada, não respeitou os preceitos legais nem os normativos operacionais em vigor na empresa. Afirma categoricamente que a informação proferida pelo Governo é falsa porque não houve desobediência por parte dos pilotos.

A greve dos pilotos teve início na quinta-feira, 22, e terminou esta terça-feira, dia 27. No centro das reivindicações estão melhorias nas condições de trabalho, incluindo a revisão da carreira, reforço do programa de segurança, melhor proteção da saúde e higiene laboral, regularização das consultas médicas, reavaliação do prémio de seguro e resolução das falhas no serviço de restauração a bordo.

C/Inforpress

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