Sindicatos despejados do edifício-sede em SV: Um acto de vandalismo”, diz Tomás Aquino

A União dos Sindicatos de São Vicente foi hoje despejada do edifício-sede desta Central na ilha, acto testemunhado por dirigentes sindicais, trabalhadores e curiosos. A ordem do juiz do Tribunal de S. Vicente foi executada por um oficial, que se fez acompanhar da Secretária-Geral Joaquina Almeida e de dois elementos da direcção da UNTC-CS, que vieram da Praia para receber as chaves do referido edifício. Para o presidente da União dos Sindicatos de SV o que se viu foi um acto de puro vandalismo.

Em entrevista ao Mindelinsite, o presidente do Simetec explicou que foram informados por telefone pelo Tribunal de Sāo Vicente, 48 horas antes, que deveriam devolver as chaves do edifício. Recusaram, tendo em conta que decorre no Tribunal da Relação de Barlavento os trâmites normais de um recurso da decisão da primeira instância, que determinava a devolução da sede. “Fomos hoje surpreendidos com este desfecho. Chegaram aqui, quebraram todas as portas e estão a colocar fechaduras novas. Esta é a liderança que temos. Ao invés do diálogo, recorrem à violência”, lamentou.

Atónito, este dirigente sindical explica que está a aguardar uma orientação do advogado da União dos Sindicatos de SV para saber como agir. Entretanto, a par da orientação jurídica, Tomás Aquino explica que os trabalhadores decidiram organizar uma manifestação pública e outros actos de carácter político-sindical. Questionado se não havia ainda espaço para diálogo, este sindicalista explica que o local propício é em sede do Conselho Nacional, mas a Secretária-Geral nunca marca a reunião deste órgão. 

Trabalhadores e sindicalistas revoltados

Joaquina Almeida queria diálogo à parte com grupos de pessoas, sabendo que existe um órgão próprio dentro da organização sindical, no caso o Conselho Nacional, onde o assunto deveria ser discutido. Quero deixar claro ainda que a decisão de processar a União não devia ser da SG, mas sim do CN. O assunto nunca foi apreciado pelo órgão máximo da UNTC-CS, por isso descambou neste conflito”, desafou Tomás Aquino, para quem a decisão é claramente ilegal. 

Os muitos trabalhadores que testemunharam o despejo mostravam-se indignados e fizeram questão de mostrar o seu descontentamento, afirmando que o edifício é a casa deles há mais de 40 anos. Por isso, não entendem como uma pessoa pode vir da Praia fazer o seu despejo. Já a Secretária-Geral prometeu reagir às 15h30. 

É mais um capitulo da briga entre a UNTC-CS e a União dos Sindicatos de São Vicente, que se arrasta há alguns anos. Para além da USV, estavam alojados no edifício o Simetec, o Sindprof, o SICS e o Sintap. 

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