Sindep acusa M. da Educação de mudar o calendário das provas finais do ensino básico e ignorar a classe docente

O sindicato dos professores Sindep acusou esta manhã o Ministério da Educação de ter alterado o calendário das provas finais do ensino básico obrigatório sem auscultar os docentes, apesar das implicações que essa medida terá na vida profissional e pessoal da classe. Nelson Cardoso salienta que os professores programaram as suas vidas com base no calendário escolar oficial, homologado pelo ministro da Educação a 30 de abril de 2021, que previa o término das actividades lectivas a 15 de julho e o início das férias três dias depois.

Entretanto houve uma alteração que, segundo esse dirigente do Sindep, propõe a realização das Provas Concelhias referentes ao 8º ano entre 8 a 14 de julho. Tendo em vista essa mudança, o sindicalista pergunta quando serão, então, as provas nacionais, os exames, as férias dos professores e quando terminará o ano escolar em curso.

“É claro que se vai fazer as provas nacionais e o que pode ficar em perigo é a data do início das férias dos professores e ou a tranquilidade dos colegas docentes que serão pressionados a concluir os trabalhos”, salienta Nelson Cardoso, que pergunta ao ministro da Educação como fica a vida particular e familiar do docente que fez o seu programa de acordo com o calendário homologado.

Essa situação, conforme o Sindep, demonstra a forma como a tutela da Educação trata os professores, pautando a sua atitude pela falta de diálogo e, de certa forma, desconsideração pela classe. “(…) uma vez que toma as suas decisões e manda implementar, ignorando o papel importante que o professor desempenha no sistema educativo”. Para Cardoso, o Ministério da Educação vê o docente como “um mero cumpridor obediente das obrigações e determinações e executor de tarefas” e não como o principal agente ou actor do sistema.

“Os professores merecem mais do que o discurso do dia 23 de abril! É preciso auscultar e permitir ao professor participar verdadeiramente enquanto parte importante de todo o sistema educativo cabo-verdiano. Os professores não merecem terminar este ano letivo assim como começou, com contrariedades”, frisa Nelson Cardoso, que volta a apelar a uma cultura de diálogo verdadeiro entre o ministério e a classe docente. Além disso, pede ao ministério para fazer cumprir o calendário escolar oficial homologado e publicado.

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