São Nicolau: Tarrafal e Ribeira Brava se complementam para desenvolver um produto turístico diversificado e entrar na rota nacional

São Nicolau é ainda uma ilha em ascensão em termos do turismo que oferece. No entanto, nos últimos tempos tem havido um esforço para se desenvolver um produto genuíno e diversificado, visando criar uma identidade própria no sector. O objectivo é levar a ilha a entrar na rota do turismo nacional como uma opção distinta e de qualidade. Neste sentido, segundo José Freitas, Presidente da Câmara Municipal do Tarrafal, os dois municípios complementam-se com um variado leque de ofertas que faz dessa paragem um destino diferenciado.

Se comparado com outras ilhas, o turismo em São Nicolau é ainda um pouco fraco, de acordo com José Freitas. Entretanto, este vê de forma positiva esta estatística, uma vez que a ilha está agora a investir com outra estratégia no ramo, com uma ideia concreta do que quer oferecer, neste caso o turismo de natureza.

Para além de duas das sete maravilhas de Cabo Verde estarem no município – Carbeirinho e Monte Gordo -, Tarrafal oferece ainda opções alternativas para os visitantes. O festival da Morna, que já é uma atracção nacional, o festival do Atum – que este ano já vai na sua quinta edição -, o museu da pesca e a fábrica do atum, esta com mais de 85 anos. “Está também em andamento a construção de um hotel em Tarrafal, tendo em conta um crescente aumento do turismo e a dinâmica que temos neste momento. Ainda enfrentamos o problema de transporte que, quando for resolvido, com certeza teremos muito mais turistas a visitar o município”, explica José Freitas, que diz não almejar um turismo de massa, mas que seja de qualidade e sobretudo de natureza.

A Casa da Morna, na Praia Branca, é mais um empreendimento que deve ficar pronto até o mês de Abril, juntamente com a requalificação da laje onde acontece o festival da morna, o que, para o autarca, dará uma nova dimensão para a vila da Praia Branca.

Investimentos para reter população jovem

Em contramão, a ilha de São Nicolau sofre com a perda da sua população jovem, que procura emprego em ilhas mais desenvolvidas. Neste sentido, garante José Freitas, está-se a investir na formação dos jovens na área do turismo, como forma de fixa-los no município e na ilha. “Neste momento temos um grupo de jovens em Santo Antão em formação em guia turístico e também na escola de hotelaria e turismo. Estamos a preparar-nos para melhor receber o turismo na ilha.”

Há ainda um orçamento de apoio ao auto-emprego em conjunto com a cooperação luxemburguesa, de modo que a Câmara Municipal do Tarrafal possa, juntamente com este projecto, cofinanciar os jovens e mantê-los no município.

Do mesmo modo, regista-se também a migração de pessoas de outras localidades para Tarrafal. “Estamos a trabalhar, nomeadamente com foco nas mulheres, para que possam encontrar condições de se fixarem aqui. Exemplo disso é o posto de transformação de produtos da Fragata”, explica. Em paralelo, o município está em negociações com a Escola de Comércio do Barlavento no sentido de montar uma escola profissional no Tarrafal. “Já existe espaço para isso, estamos apenas a fazer a permuta do espaço para o Ministério da Educação”, realça o autarca.

Natalina Andrade (Estagiária)

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