Os Estados Unidos da América garantiram que o empresário e diplomata venezuelano Alex Saab, extraditado ontem num voo que partiu da ilha do Sal, será presente a um juiz em Miami já na segunda-feira. A informação foi veiculada pela Inforpress, segundo a qual Nicole Navas, porta-voz do Departamento de Justiça norte-americano, agradeceu ao governo de Cabo Verde pela sua assistência e perseverança no complexo processo de extradição de Saab.
Em declarações à agência Efe, adianta a Inforpress, o referido departamento assinala a sua admiração pelo profissionalismo do sistema judicial cabo-verdiano. Navas assegurou que Saab irá comparecer na segunda-feira perante o juiz John J. O’Sullivan, do Tribunal Federal dos Estados Unidos para o distrito do Sul da Florida.
Em comunicado, o Embaixador dos Estados Unidos, em Cabo Verde, Jeff Daigle, segundo o jornal A Nação, começa por confirmar a extradição de Saab e avança que a “transferência foi conduzida em total conformidade com a lei cabo-verdiana e com decisões judiciais”, atestando que a mesma “é o culminar de um processo judicial muito complexo e moroso, envolvendo vários recursos que chegaram agora ao seu termo”. “Os Estados Unidos reconhecem o profissionalismo demonstrado pelo sistema jurídico de Cabo Verde ao longo deste complexo processo judicial, que foi tornado ainda mais desafiante pela bem documentada e agressiva campanha de desinformação que procurou influenciar o processo judicial, influenciar a opinião pública, e manchar a reputação internacional de Cabo Verde”.
Após uma longa batalha judicial, que levou a defesa de Alex Saab a um esforço titânico para impedir a extradição do tido testa-de-ferro do presidente venezuelano Nicolas Maduro, o diplomata foi ontem levado para América num avião policial a meio da tarde de ontem, a partir do aeroporto Amilcar Cabral. O suspeito, refira-se, foi detido na ilha do Sal em junho de 2020 e deveria ser enviado para a cidade da Praia para tratamento médico, o que nunca chegou a acontecer.
Washington pediu a sua extradição, acusando-o de branquear 350 milhões de dólares (295 milhões de euros) para pagar actos de corrupção do Presidente venezuelano, através do sistema financeiro norte-americano.
De acordo com a acusação, entre Novembro de 2011 e Setembro de 2015, Saab e o seu braço direito, Álvaro Enrique Pulido, conspiraram com outros indivíduos para branquear rendimentos ilícitos e transferi-los da Venezuela para contas bancárias nos Estados Unidos.