Roubo leva ASA a rescindir contrato com empresa de segurança privada Sonasa

A Aeroportos e Segurança Aérea (ASA) rescindiu o contrato com a empresa Sonasa, na sequência do roubo do dinheiro depositado na caixa de ajuda das Aldeias SOS, colocada no Aeroporto Internacional Cesária Évora, em São Vicente, na madrugada de segunda-feira, 05 de Agosto. Este trabalho está agora a ser prestado pela Silmac – Sociedade de Segurança Industrial e Marítima, até que o concurso para a contratação de uma nova empresa esteja finalizado.

Ao que conseguimos apurar, a ocorrência não afectou a aviação civil, tendo em conta que o AICE estava fechado. Aliás, de acordo com uma fonte do Mindelinsite, o sistema de segurança do aeroporto nunca esteve em causa. “O aeroporto fecha e, ao abrir, é feito um procedimento de segurança, ou seja, uma varredura para ver se está tudo normal. Foi durante este processo que detectamos que a caixa de ajuda tinha sido forçada”, explica, realçando que o indivíduo em causa ficou apenas na área pública da infraestrutura.

Na sequência do caso, prossegue, foram tomadas medidas imediatas. A ASA rescindiu o contrato com a empresa que prestava serviço de segurança, alegando falha grave. “Estava com um número de efectivos inferior ao acordado. Normalmente são sete os agentes para cada turno, mas havia apenas quatro. O mais grave é que estes concentraram-se num único espaço, deixando o resto do aeroporto desprotegido. Por isso, a ASA decidiu rescindir o contrato e contratar uma outra empresa de segurança, até que o concurso seja concretizado.”

A ASA, refira-se, já tinha lançado um concurso para a renovação de todas as empresas de segurança a nível nacional. “O concurso estava a decorrer, inclusive sexta-feira era o prazo final para a entrega das candidaturas. Mas a decisão tinha sido tomada há meses. Todas as empresas de segurança foram informadas que o contrato que a ASA mantinha com a Sonasa não seria renovado e que seria lançado um novo concurso. A Sonasa até podia ganhar, mas seria com base num novo concurso e com novas condições”, acrescenta a fonte.

Instado a precisar os motivos porque a Sonasa se apresentou ao serviço com menos pessoal, este informa que a empresa alegou falta de efectivos e absentismo. Razões que, afirma, são totalmente alheias a ASA que, ao contrário, cumpre o contrato na íntegra com a empresa, ou seja, paga mais de mil contos a esta empresa para garantir a segurança das infra-estruturas.

Este explica que foram ainda adoptadas medidas internas no sentido de reforçar a segurança, a vigilância e a protecção do aeroporto. Entretanto, abstém de explicar quais são essas medidas para “não entregar o ouro ao bandido”.

Certo é que, com esta decisão da ASA, pelo menos 24 a 28 chefes de famílias que prestavam serviço no aeroporto podem estar agora com o emprego em causa. Facto que provoca algum desagrado em alguns sectores, que alegam que a corda sempre arrebenta do lado do mais fraco. É que, entendem alguns trabalhadores, deveria haver consequências dentro da própria ASA.

“A segurança de um aeroporto não pode ser entregue a uma empresa privada. Internamente, temos responsabilidades. Temos directores de serviços e chefes de segurança que também falharam neste processo”, concluem as nossas fontes.

Este jornal contactou a empresa Sonasa, mas fomos informados que o director do departamento de segurança estava fora da empresa, mas que já estava a par do contacto do Mindel Insite.

Link http://134.209.187.9/roubo-na-caixa-da-ajuda-da-aldeia-sos-expoe-falhas-de-seguranca-no-aice/

Constânça de Pina

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