Os resultados preliminares do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH-2021), que teve lugar de 16 a 30 de junho, prorrogado até 7 de julho, indicam que houve uma ligeira redução da população residente. Esta diminui de 491 mil em 2010 para 483.628 em 2021. Há ainda mais idosos em Cabo Verde e menos jovens. Em São Vicente, existem neste momento 74.016 pessoas, sendo 37.551 homens e 36.465 mulheres.
Este é um dos principais dados desta que é a maior operação estatística do Instituto Nacional de Estatística realizada este ano, em formato totalmente digital. Estas informações foram avançadas pela coordenadora técnica do Censo, Maria de Lurdes Lopes, hoje na Capital. “A nível das unidades estatísticas – edifícios, alojamento e agregados familiares nota-se um aumento considerável em relação aos dados do recenseamento de 2010. Já a nível da população houve uma ligeira diminuição. Temos 150.016 edifícios, 200.979 alojamentos, 145.952 agregados e 498.063 indivíduos.
Tanto em 2010 como agora, este estudo revela que a maioria da população reside no meio urbano. Dos 200.977 alojamentos, 152.288 estão no meio urbano e 48.691 no meio rural. Quanto aos alojamentos, 151.180 estão no meio urbano e 48.410 no rural. “Aqui destacamos que esta percentagem aumento de 61,8% no Censo 2010 para 73,8 em 2021”, referiu.
Outros dados relevantes deste estudo é que houve um aumento das barracas no país e uma inversão no rácio homens-mulheres. Foram recenseados um total de 498.063 pessoas, sendo que destes 250.262 são homens e 247.801 mulheres. A nível da população residente, estes números baixam para 247.047 homens e 240.581 mulheres. Os únicos municípios com mais mulheres do que homens estão em Santiago: Tarrafal 52,4%, Santa Catarina 52,6%, Santa Cruz 50,4%, Praia 50,5%, S. Domingos 50,7%, S. Miguel 52,6%, São Salvador 51%, S. Lourenço 50,6% e Ribeira Grande 50,6%.
“No Censo de 2010 o número de mulheres era superior ao dos homens. Mas agora encontramos menos mulheres do que homens, com excepção dos concelhos de Santiago. Não podemos apontar as causas desta inversão neste momento porque, como se sabe, estes são resultados preliminares, ou seja, estão a ser apresentados tal como vieram do terreno”, explica Lurdes Lopes, realçando que o mesmo acontece em relação ao aumento das barracas um pouco por todo o país, particularmente em S. Vicente, Sal e Boa Vista.
Nota-se ainda neste estudo uma redução da população jovem de Cabo Verde, na faixa etária dos 20 e os 24 anos. Mas também aqui não há explicação, pelo menos por enquanto, para esta diminuição. Esta responsável aponta como hipóteses possíveis a mortalidade violenta ou saída de jovens para o exterior, para estudos ou para procurar trabalho. “Ainda são hipóteses porque ainda não analisamos este estudo para justificar as diferentes situações.”
Estas informações podem ainda sofrer alterações quando forem compilados os dados definitivos desta operação, que ainda este mês vai prosseguir com o inquérito pós-censitário que será feito em alguns concelhos escolhidos de forma aleatória para avaliar e validar a cobertura do Censo 2020.