Professores de S. Vicente marcham por “mais dignidade e respeito”

Cerca de três centenas de professores de São Vicente participaram na tarde deste sábado em uma parada na Praça Dom Luís e, de seguida, marcharam até a Delegação do Ministério da Educação para demonstrar o seu descontentamento e pedir mais dignidade e respeito para com a classe. Em declarações à imprensa, o Secretário Executivo Regional do Sindep, Nelson Cardoso, afirmou que o que levou os docentes de S. Vicente para a rua é o incumprimento e a forma de relacionamento adoptado pelo ministério.

“Com esta ação, o Sindep-SV está a dar voz aos professores, que exigiram mostrar publicamente e de forma consistente a sua insatisfação. Em 2016, o ME assumiu um compromisso com os docentes e apresentou um calendário para a resolução de todos os pendentes, que não foram cumpridos. A então ministra voltou a reunir com os professores em 2018 e reafirmou o compromisso de zerar os pendentes. Garantiu ainda que os orçamentos de 2019/20 seriam para implementar o novo Estatuto do Pessoal Docente, o que não aconteceu », declarou o presidente do SE Regional do Sindep.

 Apesar de ignorar todas as promessas feitas, diz Nelson Cardoso, o Governo tem vindo a fazer anúncios de reclassificação de docentes, que não passam de ações de marketing. “Todas estas publicações, que são partilhadas com rasgados elogios de militantes e amigos do MpD, constam do Boletim Oficial de 12 de abril de 2016. Nesta altura foi publicada a transição para o novo Estatuto onde constavam as progressões, promoções e reclassificações. O actual Governo rasgou este BO e, desde então, tem vindo a fazer publicações avulsas, mas sequer conseguiu repor tudo o que já estava garantido.”

Relativamente aos pendentes, a situação mantém-se, ou seja, o Governo não os conseguiu zerar e acumulou os processos de 2016 a 2021. “Estamos a falar das reclassificações, dos subsídios de carga horária, aumento e reajustes salariais. Entretanto, vão enganando os menos atentos com o slogan ´Estamos a cumprir`, quando sabem que nada fizeram de concreto. Convido todos os docentes a consultar o BO de 12 de abril de 2016 para verem que as publicações que vem sendo feitas estão todos lá”,desafia.  

 Antecipando possíveis questionamentos do porquê só agora os professores estão a sair à rua, este dirigente do Sindep responde que, ao longo deste tempo, vinham a tentar dialogar com a anterior ME, que nunca recebia os sindicados. O actual Ministro da Educação mostrou alguma abertura, mas já vem tarde porque está-se a apenas dois meses das eleições.

A parada e a marcha dos docentes começou com um minuto de silêncio para protestar contra os incumprimentos, a falta de diálogo, as ordens de serviço com pressão e intimidação e decisões tomadas sem o conhecimento e o consentimento dos professores, os principais interessados.

Sair da versão mobile