Aumentou para 14 o número de pessoas infectadas com coronavírus residentes neste momento na cidade da Praia, com o apuramento de mais um caso de um homem de 45 anos. A nível nacional, esse dado revela que Cabo Verde passa a ter 68 pacientes infectados pelo Covid-19, na sua maioria na ilha da Boa Vista, que comporta 80 por cento do total. Aliás, para o Director Nacional da Saúde, ficou agora claro que o vírus esteve a circular dentro da comunidade e não apenas entre os trabalhadores e clientes dos hotéis Riu Palace e Riu Karamboa, como inicialmente se pensava.
Segundo Artur Correia, os dois casos positivos que chegaram à Capital num voo proveniente da Boa Vista há 16 dias, e que se levaram técnicos que estavam de quarentena, são a prova concreta disso. Como realça o Director da Saúde, chegaram à cidade da Praia antes da saída da quarentena dos trabalhadores que estavam confinados nos estabelecimentos turísticos. “Isto significa que foram contaminados na comunidade”, realça Correia, que diz estar seguro dessa conclusão, mas também que as medidas restritivas tomadas pelo Governo têm contribuído de forma significativa para impedir uma propagação em massa do vírus.
Com o aumento de casos confirmados em Santiago, mais propriamente na cidade da Praia, a grande preocupação das autoridades sanitárias é evitar uma explosão de infecções naquela que é o maior centro populacional de Cabo Verde. A acontecer, isso poderia colocar em causa a capacidade de resposta do sistema de saúde, mas Artur Correia chama atenção para esse risco se as pessoas continuarem a desrespeitar as regras do Estado de Emergência. “Neste momento é difícil saber até que ponto o vírus já não esteja a circular também pelo interior da ilha de Santiago”, alertou o DNS, que anunciou hoje mais 5 casos suspeitos, sendo 4 na Capital e 1 no concelho de Santa Cruz.
Apesar dos sinais, ninguém decidiu ainda criar um cordão sanitário à volta da cidade da Praia e de alguns bairros onde o vírus já atingiu algumas pessoas. Isto quando é seguro que há indivíduos assintomáticos que podem estar a disseminar o malefício pela ilha de Santiago. E, como realçou Artur Correia, as investigações epidemiológicas apontaram para casos em que um infectado teve contacto com quase 100 pessoas espalhadas por diversos bairros.
Kim-Zé Brito