O Presidente da República José Maria Neves preside, esta segunda-feira, 10 de junho, a abertura do Colóquio Centenário de Amílcar Cabral, no auditório do Hotel Belo Horizonte, no Sal. A conferência, que tem a duração de dois dias, é organizado por Filinto Elísio, Inocência Mata e Márcia Souto e promovido pela Rosa de Porcelana. Tem por objetivo de prestar tributo aos 100 anoso de A. Cabral, através de reflexões e pronunciamentos sobre o seu legado, pelo viés científico e epistemológico.
Esta mesa-redonda acontece em articulação com a 6.ª edição do FLMSal – Festival de Literatura – Mundo, promovida igualmente pela Rosa de Porcelana e a Câmara Municipal do Sal, com a Curadoria Científica da professora Inocência Mata, que se realiza no mesmo espaço, de 13 a 16 de junho. Dezenas de escritores, tradutores, professores, investigadores, jornalistas e leitores interessados, de várias geografias, vão contribuir com as suas abordagens científicas em diferentes painéis de apresentação e mesas de trabalho, versando as muitas facetas desta figura histórica.
“O objetivo deste colóquio, a par de sinalizar a efeméride centenária, é acrescentar novas luzes ao legado científico, cultural e humanista, assim como epistémico, de Cabral, suscetível de acrescentar elementos de estudos e de pesquisas sobre a problemática da libertação dos Povos e a ressignificação das realidades pós-coloniais”, refere a Presidência da República em nota de imprensa.
Do programa do colóquio, cuja comissão cientifica é constituída por Inocência Mata, Iva Cabral, Julião Soares Sousa, Lourenço do Rosário, Odete Semedo, Rosa Cruz e Silva e Vincenzo Russo, constam na abertura logo mais às 15 horas, reflexões e debates sobre o centenário com Marco Piazza “Um novo humanismo para a resistência pós-colonial. Segue-se as intervenção do Presidente da Câmara do Sal, Júlio Lopes, mensagem da Fundação Amílcar Cabral com Madalena Neves, pronunciamentos do Presidente da ANP da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, e o Presidente, José Maria Neves.
Para às 17 horas, está prevista o painel “Cabral e os desafios da historiografia” com Elisabeth Moreno “A. Cabral e a Diáspora”; Silvino da Luz “Cabral e São Vicente” e Julião Sousa “Aspectos essenciais da biografia de A. Cabral”, com moderação de Filinto Silva. No segundo painel, na terça-feira, às 15 horas o tema será “Cabral: a liderança” e terá como oradores Luca Fazzini “Amílcar Cabral, luta e multidão: rotas de um intelectual Atlântico”; Domingos Simões Pereira “As Flores de Quitafine” e Manuel Varela Neves “Atualidade histórica da liderança de A. Cabral”. Os trabalhos serão moderados por MarineiAlmeida.
A mesa 3 “Cabral: Relações internacionais”, às 17h30, terá como conferencistas Luís Fonseca “Cabral e a diplomacia da Luta de Libertação Nacional”, Pierre Franklin Tavares “Cabral e a Índia” e Thulio Donizete Fonseca Silva “A audiência do Papa Paulo VI a Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos”, coordenada por Rosangela Sarteschi. Á noite, às 19h30, será lançado o livro “Guiné-Bissau: Pelas Flores de Quitafine”, de Domingos Simões Pereira e Ricci Shryock.
Na quarta-feira vai-se abordar as mais variadas formas de interpretar Cabral. Ângelo Torres apresenta “Amilcar Geração”, Margarida Rendeiro “O que pode A Última Lua de Homem Grande de Mário Lúcio de Sousa” e Clara Silva “Interpretar Cabral: Uma educação para a autodeterminação dos povos colonizados”. Será ainda apresentado o livro “Amílcar Cabral, Educador e Ativista da Libertação”, de Clara Silva e Marco Piazza.
Segue-se o encerramento presidido pelo Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, mas será antecedido da abertura do Festival de Literatura – Mundo do Sal com Inocência Mata, uma intervenção em Memória de A. Cabral com Carlos Reis e uma homenagem aos 500 anos de Luís de Camões, com os escritores Arménio Vieira e Germano Almeida, e a cônsul de Portugal em Cabo Verde, Silva Sousa.