O Presidente da República condecora hoje, 5 de julho, 20 personalidades nacionais e internacionais pelo contributo à construção da Nação e preside Sessão Solene alusiva ao 48º aniversário da independência de Cabo Verde. Antes, José Maria Neves vai depositar uma coroa de flores no Memorial Amílcar Cabral, em homenagem àquele que idealizou a luta pela libertação nacional.
Ás 10 horas o Chefe de Estado preside a Sessão Solene na Assembleia Nacional comemorativa desta importante efeméride para o país, com mais uma mensagem aos deputados e à Nação. José Maria Neves vai falar das conquistas e também dos percalços e dos muitos desafios que ainda persistem, sendo certo, diz, que o caminho percorrido orgulha os cabo-verdianos. A anteceder a sessão, às 9 horas, procede à tradicional deposição de coroas de flores no Memorial Amílcar Cabral.
Á tarde, no Palácio do Plateau, dá o pontapé de saída ao programa comemorativo do 5 de julho, sob o signo do reconhecimento e valorização do contributo histórico, político, cultural e científico de personalidades e instituições na edificação do Estado Cabo-verdiano. Para o efeito, vai condecorar 20 personalidades nacionais nas ilhas e na diáspora e, também, estrangeiras, para além de instituições que contribuíram – cada um à sua maneira e nas suas áreas de atuação – para a construção da Nação.
Entre os condecorados, destaca-se Salim Ahmed Salim, Secretário Geral, pan-africanista, amigo de Cabo Verde e defensor da causa da Libertação liderada por Amílcar Cabral junto das Nações Unidas onde atuou enquanto embaixador e diplomata. “Ele que viria a se tornar Secretário-geral da antiga OUA – Organização da Unidade Africana (1989- 1991) foi uma das testemunhas internacionais da Cerimónia da Proclamação da Independência de Cabo Verde, na Várzea, a 5 de Julho de 1975”, descreve.
Outra condecorada é a viúva de Agostinho Neto, Maria Eugénia Silva Neto. Renomada poetisa e escritora, a homenageada representa a Luta de Libertação no feminino, ela que foi parte importante do departamento e estratégia de comunicação do MPLA. “Contribuiu enormemente com os seus poemas, artigos e outros escritos em jornais, revistas e rádios para a propagação dos ideais da Independência de Angola defendidos pelo MPLA, mas também de Cabo Verde onde viveu com o marido”, justifica a nota.
Ao nível das instituições que se têm destacado na defesa do ambiente, da biodiversidade e da cidadania ambiental, o eleito foi o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (Inida) pelo contributo deste e outros atores que ajudaram a estruturar instituições públicas relevantes para o desenvolvimento nacional e na promoção da sustentabilidade ambiental. “Um desafio abraçado com determinação desde os primórdios da independência e que foi adquirindo novos propósitos com os impactos das alterações climáticas, carecendo e merecendo de todos um ‘djunta-mon’, com forte apoio do Chefe de Estado também como Champion da Preservação Natural e Cultural de África.”
A diáspora estará também representada, bem como a cultura, no caso a música, através de Fernando Amarante Dias – Chando Graciosa -, que, com o seu trabalho, ligado à promoção do funaná genuíno, trouxe para o panorama musical cabo-verdiano composições de grande valor patrimonial e cultural.