O Presidente angolano João Lourenço recebeu esta manhã a chave da cidade do Mindelo das mãos do autarca Augusto Neves e prometeu regressar mais vezes a S. Vicente, e sem aviso prévio. O Chefe de Estado de Angola confessou que tinha uma dívida para com S. Vicente, visto ter efectuado várias visitas a Cabo Verde e nunca colocado os pés na terra do Monte Cara. Por isso agradeceu ao seu homólogo José Maria Neves a oportunidade que lhe concedeu de saldar as contas e “fazer as pazes com os sãovicentinos”.
“Mas, como poderia vir se não tinha a chave da cidade?! Como poderia entrar?”, disse, a brincar, o PR angolano, que, acrescentou, pode agora, com a “chave” no bolso, vir quando quiser. “Quando derem conta já estarei aqui.”
Segundo João Lourenço, no seu rol de amigos tem alguns descendentes de S. Vicente e sabe que se trata de uma ilha histórica, a que mais tem as janelas abertas ao mundo. “Como vocês dizem, não conhecer S. Vicente é não conhecer Cabo Verde!”, realçou o Chefe de Estado num breve discurso no salão nobre da CMSV.
Antes do acto simbólico, Augusto Neves agradeceu a presença de João Lourenço na cidade do Mindelo, acompanhado da esposa e de uma comitiva empresarial, o que, para o autarca, representa a expressão das excelentes relações de irmandade entre Cabo Verde e Angola. Segundo Neves, apesar das alterações verificadas no mundo, os laços que unem os dois países continuam saudáveis.
“As nossas relações transcendem o que nos une aqui hoje e envolvem um conjunto de aspectos socioculturais e económicos. Trata-se de uma amizade que importa preservar e valorizar através de ações que concorram para o despertar de um período em que as nossas relações sejam mais sublimes”, reforçou o presidente da CMSV, que diz contar com João Lourenço para a mobilização de investimentos angolanos em S. Vicente.
Dora Pires, presidente da Assembleia Municipal, viu nesta visita a oportunidade para o PR angolano trazer delegações para verem a cidade do Mindelo e sentir o pulsar da ilha de S. Vicente. Realçou que Angola e Cabo Verde estão unidos por laços históricos e ligados pela luta de libertação e hoje são países livres e independentes que buscam o seu melhor rumo. “Que haja frutos dessa cooperação, força para vencer os desafios pós-pandemia e após esta guerra que estamos a assistir – a invasão russa na Ucrânia”, referiu a presidente da AMSV, que desejou paz, amor e tolerância no mundo.