Uma dúzia de manifestantes saiu na rua hoje na cidade do Porto Novo para reclamar mais e melhor justiça, atendendo ao pedido dos Sokols que desafiou ainda que apenas um único cidadão em cada ilha ou concelho a empunhar um cartaz e aderir a esta luta. Para os presentes, o medo é ainda o maior inimigo dos cabo-verdianos.
Eram poucos, mas conseguiram fazer-se ouvir, não obstante algum receio de represálias. “No Porto Novo, as pessoas têm medo de aderir as manifestações ou qualquer outra forma de luta. Cedem a pressão por medo de perder o seu dia de trabalho”, desabafou um dos participantes, que se mostrava descontente com a “covardia dos patrícios”.
“Este é um dos motivos porque os jovens não se atrevem a dar a cara nas manifestações”, acrescentou, criticando por outro lado as autoridades locais que, afirma, levaram um grande número de jovens para o interior para fazer campanha. . “Levaram estes jovens para fazer campanha para as presidenciais. Esta é outra razão para a pouca adesão. São jovens que conseguem comprar. Por isso, o nosso município não se desenvolve”, aponta um outro manifestante.
Os presentes, independentemente de serem em número reduzido, garantiram também o seu apoio ao Amadeu Oliveira, que classificaram de preso político. “Para além de ser um grande senhor, é um santantonense e já deu provas da sua vontade de tudo fazer, inclusive com prejuízo da sua liberdade, para mais e melhor justiça em Cabo Verde.”