Populares se concentram em frente à Protecção Civil para exigir sair da Boa Vista

Um número significativo de pessoas se concentrou na tarde de hoje em frente ao Serviço Nacional da Protecção Civil na Boa Vista para exigir a saída da ilha. Esta informação foi avançada na conferência de imprensa sobre a evolução do coronavíurs no país, em que o Director Nacional da Saúde  confirmou mais um caso positivo na ilha – o mesmo tornado publico hoje de manhã – e anunciou mais dois casos suspeitos pendentes na cidade da Praia, um em Santiago Norte e dois em S. Vicente. Quanto ao técnico do Riu Karamboa, o seu segundo exame foi negativo e está agora apto a ter alta.  

Artur Correia, reagindo a informação sobre concentração de pessoas exigindo a saída da Boa Vista, limitou a dizer que é preciso respeitar as leis. “Estamos num Estado de Emergência, que implica a não saída das pessoas entre as ilhas. Não vamos nos desesperar. Vamos actuar com a cabeça. Não podemos permitir que as pessoas saiam de uma ilha para outra, eventualmente levando o vírus consigo”, garantiu, realçando que as autoridades vão ser cada vez mais rigorosos. “O Estado de Emergência ainda não terminou e as leis tem de ser respeitadas”, reforçou. 

Quanto ao caso positivo de hoje, o DNS garantiu que o  indivíduo estava assintomático e em isolamento desde sexta-feira em uma outra unidade hoteleira onde estão a ser colocados todos os casos suspeitos e confirmados. Certo é que, na esteira deste caso, Correia voltou a destacar a importância da vigilância, afirmando que se está a travar uma luta contra um inimigo invisível. “Quero frisar que 80% dos casos confirmados de covid-19, as pessoas não precisam de cuidados médicos. São casos ligeiros e muitas vezes as pessoas infectadas nem se dão conta. Apenas 20% apresentam sintomas e necessitam de cuidados médicos”, pontuou.

Boa Vista sempre foi um risco

Instado se não foi um risco ceder a pressão e deixar os trabalhadores do Riu Karamboa ir para casa, o DNS desvalorizou a critica, optando por dizer que Boa Vista foi considerado um risco muito grande desde o início. Aliás, exemplificou, não foi por acaso que, logo após os primeiros diagnósticos de casos importados, os hotéis onde estes estavam hospedados entraram em quarentena. No caso concreto do Karamboa, esteve em duas quarentenas e, no final, todas as pessoas que estão confinadas nesta unidade foram submetidos a testes clínicos. 

“Todos vimos a pressão e a carga emocional das pessoas que estiveram 25 dias encarceradas ou isoladas para abrir as portas porque não queriam continua no hotel. Mas, como disse, 80% dos casos de covid-19 não precisam de cuidados médicos e as vezes as pessoas infectadas sequer sabem. É possível que algumas das pessoas que sairam do hotel, embora assintomáticas, tenham a doença. Mas isso o exame vai dizer”, admitiu.

Sobre as 207 amostras recolhidas, segundo Correia, neste momento já se conhece o resultado de 17, sendo que dois foram positivo ontem e um outro esta manhã. Os resultados dos restantes 181 serão conhecidos amanhã. “Estamos alertas e mais casos poderão aparecer, apesar de todos se aparentarem estar assintomáticos na altura do exame. A medida que os resultados forem saindo, iremos tomando medidas de isolar os contactos para evitar o máximo de infecção”, indicou, exemplificando com o caso de seis pessoas que sairam ontem de isolamento e foram hoje recolhidas por serem contactos dos três novos casos positivos. 

Em relação as pessoas que estavam em quarentena e que faziam refeições  e outras actividades em conjunto, Artur Correia assume que não se cumprir as recomendações no Riu Karamboa. “Não era possível visitar estas pessoas nos quartos, mas fazíamos contactos por telefone e também através da Linha Verde. Tinham conhecimento dos apelos que fizemos a nível nacional, mas sabemos que uma parte significativa não cumpriu as recomendações, o que pode ter complicado a situação”, finaliza. 

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