A Policia Nacional entregou hoje às autoridades judiciárias três portugueses que tentaram entrar em Cabo Verde com testes à Covid-19 supostamente fraudulentos. Os suspeitos, que tinham Portugal como destino final, foram presos em flagrante delito no dia 2 por agentes do serviço fronteiriço no aeroporto da Praia e agora serão sujeitos a processos judiciais, conforme avança a PN em comunicado.
No mesmo dia, a PN apreendeu valores em divisas que um outro cidadão luso pretendia retirar de Cabo Verde sem respeitar as formalidades legais. Segundo a Polícia, o dinheiro estava dissimulado na bagagem do passageiro e foi apreendido porque o montante não foi declarado e o dono não apresentou o devido comprovativo. O passageiro seguiu viagem para Portugal, mas o dinheiro foi remetido para o Banco de Cabo Verde.
Outro facto relevante anunciado pela PN foi a polémica recusa de entrada em Cabo Verde de oito cidadãos estrangeiros, entre os quais três nigerianos, que pretendiam passar a Páscoa na cidade da Praia. Em relação a este episódio, a PN esclarece que os visados (um guineense, um camaronês, um jordano, um queniano, um costa-marfinense e três nigerianos) não preenchiam os requisitos legais previstos na Lei de Estrangeiros e Fronteiras para a entrada no território nacional.
“Todos os impedidos de entrarem no território nacional não apresentaram documento justificativo/comprovativo da finalidade da viagem”, afirma a PN, acrescentando que os nigerianos, durante as entrevistas para as formalidades de controlo fronteiriço, apresentaram informações díspares e contraditórias. Essa postura, acrescenta a PN, conduziu a suspeitas de falsas declarações, agravado por não confirmação das reservas de hotel e de meios de subsistência em Cabo Verde.
“Entre eles havia um cidadão que já teria sido alvo de recusa de entrada anteriormente pelos mesmos motivos”, acrescenta a PN, enfatizando que esse grupo retornou no mesmo voo, com destino ao aeroporto de origem, no Senegal.
Este caso, refira-se, provocou uma acesa polémica, pois deixou passar a ideia de que houve um tratamento “diferenciado” por parte dos policiais no aerporto da Praia, isto é, com resquício de racismo. Inconformados com o tratamento em Cabo Verde, os turistas nigerianos deportados apresentaram uma queixa ao Governo da Nigéria contra as autoridades cabo-verdianas. Alegaram que apenas os portadores de passaporte ocidental nesse voo tiveram autorização para entrar na cidade da Praia.