O projecto Cidade Segura vai abarcar o centro, a periferia e as aldeias do litoral da ilha de S. Vicente e as câmaras de vídeo têm capacidade para funcionar à noite, mesmo com corte de energia. Os aparelhos estão equipados com visão nocturna e o sistema irá usufruir de um backup de energia para garantir o seu funcionamento normal.
Segundo o ministro Paulo Rocha, que visitou o projecto Cidade Segura esta manhã, o sistema não faz a correlação dos pontos principais de criminalidade, privilegiando, sim, a distribuição das câmaras de vídeo de forma estratégica para permitir uma melhor gestão das forças policiais no terreno. Porém, para Rocha, a componente mais essencial não é propriamente as câmaras de filmagem, mas o facto de o sistema permitir uma gestão mais eficaz dos operacionais, com o suporte dos meios de comunicação e de imagem, a ponto de poder apoiar um efectivo ou dar resposta imediata ao apelo de um cidadão.
Segundo o ministro, S. Vicente vai ser equipada com 300 câmaras de vídeo, processo este que está em curso. No entanto, esse responsável do ministério da Administração Interna salientou que há ainda muito trabalho a ser feito tanto na rua como no centro operacional, pelo que não sabe precisar se o sistema estará pronto a usar em Outubro. A formação dos 20 operadores deve arrancar dentro de duas semanas no máximo e, salienta Rocha, esses técnicos são na sua maioria recém-formados.
“Os ganhos do projecto na cidade da Praia são conhecidos, os resultados têm sido excelentes e esperamos ter um efeito idêntico em S. Vicente”, enfatiza Rocha, que aproveitou para lembrar que há um segundo componente do projecto Segurança Urbana, que prevê a instalação do Centro 112 em S. Vicente. Este centro, explica, vai dar resposta às comunicações dos bombeiros, polícias e de emergência médica da zona Norte do arquipélago, enquanto que o da cidade da Praia dará resposta à região Sul. Este investimento está, no entanto, mais atrasado em relação à Cidade Segura devido aos problemas provocados pela pandemia.
Embora ainda haja algum trabalho a ser feito no comando central deste último projecto, os técnicos chineses que estão a trabalhar na instalação dos equipamentos fizeram questão de colocar uma imagem em tela gigante de uma das câmaras. Ficou evidente a qualidade da resolução do vídeo e ainda a capacidade do zoom, que permite ver com nitidez, por exemplo, a matrícula dos carros.
O projecto já entrou na segunda fase, que contempla a instalação dos equipamentos em S. Vicente, Sal e Boa Vista e aumento das câmaras na cidade da Praia.