O presidente da Comissão Politica Regional do PAICV em S. Vicente fez hoje um balanço negativo da gestão municipal, elencando as promessas feitas e não cumpridas, aprovados que estão os quatro orçamentos deste executivo. Orçamentos que, somadas as verbas recebidas dos fundos do Ambiente e da Contribuição Turística, e do PRRA-Programa de Requalificação, Reabilitação das Acessibilidades, totalizam mais de 1.500 mil contos. Alcides Graça elogia, no entanto, o “grande potencial de entretenimento” do presidente da CMSV.
É que, não obstante este montante que, de acordo com Graça, Augusto Neves não se cansa de vangloriar, a avaliar pela taxa de execução das promessas feitas durante a campanha eleitoral nos diversos domínios, o balanço é francamente negativo. E é com exemplos que sustenta esta afirmação. “No domínio do Ambiente e Saneamento, a Câmara Municipal não conseguiu resolver o problema da lixeira, que continua a céu aberto. Não conseguiu resolver a questão da segurança da ETAR, que continua a representar um perigo sobretudo para as crianças. Muitas famílias continua a espera da prometida ligação à rede de esgoto municipal…”
Mas Graça nao fica por aqui. Aponta ainda as inúmeras casas de lata existentes na ilha, um problema que a CMSV não conseguiu estancar e; as estradas esburacadas, sobretudo no centro da cidade e a inexistência de um Plano Director Municipal legalmente aprovado, como instrumento fundamental de planificação e expansão urbanística. “No domínio do desporto, nao conseguiu iluminar os campos da Bela Vista e Monte Sossego; não conseguiu construir o campo relvado da Ribeirinha e nem concluir as obras do polidesportivo da Ribeira de Vinha. Igualmente, uma vez mais, não conseguiu concluir as obras do Polivalente da Zona Morte, isso sem contar que o prometido concurso publico para adjudicação das obras do estádio Adérito Sena, que estava previsto para Maio de 2919. Já não se fala no assunto.”
Sobre este último em particular, o presidente da CPR do PAICV lembra que a CMSV teria entrar com uma comparticipação de 16 mil contos, que sequer está inscrito no orçamento municipal para 2020. Situação que se repete no tocante ao projecto de requalificação da estância turística da Baia das Gatas, cujo lançamento da primeira pedra foi presidida pelo Primeiro-ministro, mas que se ficou por ali. Aliás, afirma, as últimas noticias que se tem deste projecto é que o que estava inicialmente previsto já não vai acontecer, uma vez que a obra foi reduzida.
“E desta vez o fraco desempenho da CMSV não pode ser justificada com falta de dinheiro, pois o próprio presidente que, por diversas vezes vangloriou das avultadas verbas recebidas do Fundo do Ambiente, da contribuição turística e do PRRA. Hoje, segundo o presidente, temos um Governo amigo de S. Vicente, que disponibiliza todos os recursos que foram negados pelo Executivo anterior. Então porque as coisas não acontecem nesta ilha?, interroga.
Para Graça, o que vai ficar na memória dos 12 anos de Augusto na Câmara Municipal de S. Vicente- foi eleito vereador em 2008 e terminou os dois últimos mandatos como presidente – é que se trata de um presidente com grande potencial de entretenimento. “Das poucas vezes em que aparece na comunicação social e muito entusiasmado é por altura do Carnaval, do Festival da Baía, Carnaval de Verão e Passagem de Ano. São eventos importantes, mas S. Vicente não pode resumir-se a estas épocas e festas. É exigível e expectável que se faça muito mais porque esta ilha merece e tem capacidade para muito mais.”
Em suma, segundo o líder do PAICV na ilha de São Vicente, não há qualquer marca neste município de investimento público municipal que justifique as verbas transferidas nos últimos anos, o que o leva a concluir que se o dinheiro entrou nos cofres da CMSV esta terá de o justificar. Ou então alguém anda a enganar os mindelenses porque não se vê investimento. Também por isso não perspectiva grandes novidades para os próximos meses.
Constança de Pina