Movimento pela Enseada de Corais da Lajinha acusa poder local e governo de gestão danosa

O movimento pela proteção da Enseada de Corais da Lajinha acusou hoje de manhã a Câmara Municipal de S. Vicente de “gestão danosa” do património público, por ignorar a luta pela riqueza marinha dessa baía que dura há mais de um ano. De acordo com o Maurino Delgado, um dos envolvidos na causa, a autarquia violou o decreto-lei que estabelece o regime jurídico de avaliação do impacto ambiental no tocante ao projecto de requalificação da Lajinha e acabou por condenar essa enseada de corais com a colocação de quatro saídas de águas pluviais directamente para essa área.

“A Camara foi alertada , em tempo oportuno pelo erro grave que cometeu por professores da Universidade de Cabo Verde, em que se destacam vários  biólogos e, entretanto, nada fez para corrigir o erro”, condena Maurino Delgado, que encabeça o Movimento para o Desenvolvimento de São Vicente e que convocou a conferência de imprensa. 

Este movimento aponta o dedo, no entanto, a outras entidades que, na sua visão, têm fechado os olhos para este problema, que nestes tempos de chuva preocupa-os ainda mais. “Grave e preocupante é o comportamento do senhor ministro da Agricultura e Ambiente, sabendo que esta obra não teve estudo de impacto ambiental, o que é de domínio público, até então não mandou averiguar as várias denúncias que vêm sendo feitas nesse sentido”, sublinha Delgado, ao mesmo tempo que chama a atenção aos deputados da ilha para este caso e questiona o silêncio da Assembleia Municipal de São Vicente, pelo papel fiscalizador das atividade da Câmara Municipal. 

No mesmo tom de denúncia, este ativista considera o Primeiro Ministro cúmplice do Ministro da Agricultura e do Ambiente pela destruição da enseada, ao “omitir o seu dever de autoridade”. O porta-voz do grupo expõe que, no espaço de um ano, o movimento conseguiu que a comunicação social e a opinião pública abraçassem esta causa. Além de ter mobilizado mais de sete mil assinaturas, fez mais de 4 dezenas de mergulhos e um cordão humano que conseguir “abraçar” a luta pela praia da Lajinha.

Com a queda das chuvas, este movimento está ainda mais preocupado com a sobrevivência da enseada. Conforme Delgado, S. Vicente corre o risco de perder um sítio emblemático, “pela sua diversidade, beleza ambiental e interesse turístico, logo fonte de rendimento económico”.

Sidneia Newton (Estagiária)

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