O novo presidente do Conselho Directivo do Instituto Marítimo e Portuário, órgão empossado esta segunda-feira e integrado ainda pelos vogais Armando Lopes e Sandra Leite, elenca como prioridades desta nova gestão uma maior comunicação interna e externa e mais celeridade nas decisões. Seidi Santos respondia assim ao repto lançado pelo Ministro do Mar, que presidiu este acto e justificou a reconfiguração deste instituto, considerado crucial, com uma meta clara de engrandecer, ressaltar o percurso histórico, valorizar o trabalho feito e afinar o rumo e a direcção do IMP.
Para Seidi Santos, há dois eixos que são fundamentais e que vão ter a prioridade da sua gestão, que passam pela comunicação, tanto externa como interna, com foco no reforço da imagem institucional e do próprio IMP. “Trata-se de uma instituição fulcral no sector marítimo e portuário que deverá pautar a sua actuação por uma maior celeridade nas decisões, nos processos de decisão interna e também deverá se mostrar junto dos utentes e demais players como disponível e acessível, numa lógica de ser só mais um mediador dentro desta missão que todos nós temos dentro do sector, que é de fazer materializar a politica do Governo”, afirmou.
Sobre este particular, Seidi, que transita da anterior equipa do Conselho Directivo, diz que, a nível da comunicação, na vertente interna, o caminho a ser trilhado será de um claro alinhamento entre a gestão de topo, as chefias intermédias e os trabalhadores por forma a que o IMP, antes de tudo, seja uma instituição que serve os cabo-verdianos e os utentes dos serviços que presta. “A mensagem interna será clara: o rigor que cabe ao IMP na garantia da segurança marítima nacional é o mesmo que se impõe na resposta às solicitações e no tratamento dos processos de decisão com vista a responder às demandas dos utentes e das outras instituições.”
A nível externo, o novel presidente promete trabalhar para que o instituto seja visto e reconhecido como a entidade nacional com poderes de autoridade no sector marítimo e portuário e, ao mesmo tempo, como uma instituição disponível e acessível. “A aposta na modernização dos meios técnicos para tratar informações e auxiliar a comunicação será firme e ambiciosa, com os olhos postos na inovação e com o objectivo último de aumentar a eficiência e a agilidade na resposta”, enfatizou o Presidente do CD do IMP, evocando, no entanto, a necessidade de se capacitar os trabalhadores do instituto e de reforçar o quadro de efectivos para que o nível de suporte interno seja mais elevado.
Outro aspecto aventado por Seidi Santos é a necessária autonomia financeira do IMP, condição que considera importante para o prosseguimento das suas atribuições enquanto autoridade marítima e portuária. É que, para o presidente, o papel de regulador, fiscalizador e supervisor choca com a rigidez de procedimentos no plano financeiro. Criticou, por outro lado, a burocracia a nível do desembaraço dos pagamentos e investimentos que, a seu ver, prejudicam a celeridade com que a instituição deve actuar em certas matérias e momentos.
Dar condições financeiras ao IMP
Abraão Vicente agradeceu a equipa cessante e o novo CD por ter aceite o convite para assumir o IMP, depois de um período negocial para limar as arestas e perceber a visão do Governo para o instituto, numa altura em que, do seu ponto de vista, o mar está no centro das politicas mundiais, não só para o combate às mudanças climáticas, mas na reconfiguração do próprio Estado. “Muito mais do que um conceito abstrato, a Economia Azul se configura aquilo que são as competências do IMP, que terá de ser mais célere, colaborativo e engajado com as empresas públicas. Se o IMP for célere, o sistema funciona”, frisou, aproveitando para pedir aos empossados para serem ousados.
Relativamente ao pedido de mais autonomia financeira, o governante prometeu nos próximos dias ou semanas emitir um despacho conjunto, realçando que, da parte do Fundo de Segurança Marítima há toda a disponibilidade para fazer esta gestão conjunta dos fundos que chegam ao Ministério do Mar. “Iremos capacitar e fazer com que vocês tenham condições financeiras e institucionais para cumprir a missão maior do IMP. Espero que, em conjunto com a UTA, o IMAR, o EMAR, Enapor, IPIAAM, Cabnave, consigamos de facto dar a centralidade que é desejada aos documentos, mas que só se concretizará com uma forte liderança de todos vós”
A. Vicente, que anunciou ainda uma viagem para Lisboa para participar na Cimeira dos Oceanos, lembrou aos empossados que a forma mais fácil de medir o sucesso é quando de facto o povo nas ruas sente que algo mudou e que há uma nova forma de funcionar e que esta beneficia a população.