O Presidente José Maria Neves aceitou ontem um convite do seu homólogo Volodymyr Zelensky para visitar a Ucrânia, país em guerra com a Rússia desde 24 de fevereiro de 2022. Segundo o PR cabo-verdiano, a data da sua deslocação ao território ucraniano ficou de ser definida pelos canais diplomáticos. Em comunicado, Neves informa que recebeu ontem à tarde uma chamada telefónica de Zelensky que serviu para abordarem o conflito armado que opõe a Ucrânia e a Rússia e encetarem conversações com vista ao reforço das relações bilaterais entre os dois Estados.
“No que tange ao conflito com a Rússia, Zelensky agradeceu a ‘posição firme’ de Cabo Verde desde a primeira hora a condenar a invasão da Ucrânia pelas forças russas, posição essa coerente com o respeito do Estado cabo-verdiano à integridade territorial e à soberania dos Estados, aliás, nos termos do artigo 11 da Constituição da República. Um posicionamento pela paz e pela resolução negociada dos conflitos, à luz do Direito Internacional”, salienta José Maria Neves em comunicado.
Neves adianta que o Presidente ucraniano manifestou ainda a sua disponibilidade em reforçar a cooperação bilateral com Cabo Verde. “Falamos sobre a segurança alimentar em África e no mundo, e Volodymyr Zelensky explicou sobre a iniciativa ‘Grain From Ukraine’ (Grão da Ucrânia), programa humanitário e que pretende beneficiar, sobretudo, os países africanos, lembrando que a Ucrânia é um dos maiores produtores e exportadores de cereais no mundo.”
Durante a conversa telefónica, Neves agradeceu a Zelensky o facto de vários quadros cabo-verdianos terem feito os seus estudos superiores na Ucrânia e aproveitou o ensejo para deixar um “grande abraço de amizade e de solidariedade” do povo cabo-verdiano para o ucraniano.
Antes, Zelensky havia agradecido o apoio de Cabo Verde à soberania da Ucrânia e enfatizou o posicionamento da Cidade da Praia, que condenou a invasão russa e fez parte de um grupo de 141 países que em março de 2022 votou a favor de uma resolução da ONU a repudiar a ofensiva militar lançada pelo presidente russo. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que está ainda a decorrer de forma intensiva, mergulhou a Europa naquela que é considerada a maior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial.
C/Agências de Notícias
