Representantes de dezasseis dos 19 órgãos privados de comunicação social existentes em Cabo Verde acabam de criar uma associativa representativa, com os votos unânimes dos gestores presentes na assembleia constitutiva, na cidade da Praia. O Mindelinsite passa a fazer parte da direcção, que é presidida pelo jornal A Nação.
Eram onze horas em ponto quando foi aprovada a proclamação constitutiva, a bíblia que passa a reger a conduta dos membros da Associação dos Media Privados de Cabo Verde (AMPCV). Conforme este documento, os signatários proclamam e comprometem-se a contribuir para a adequada valorização da actividade jornalística no país – enquanto prestadora de serviço de utilidade pública -, pugnar por uma melhor regulação do sector – nomeadamente ao nível do mercado de trabalho e à área da publicidade -, entre outras atribuições. A repartição dos recursos publicitários e a concorrência “desleal” dos órgãos públicos foram, no entanto, os pontos mais contestados pelos sócios-fundadores, que anteveem uma mudança nesse paradigma com a intervenção da AMPCV.
Este desafio está implícito nos Estatutos, que foram aprovados horas depois, igualmente por unanimidade. É que, da análise da situação da imprensa privada, todos os intervenientes concordaram que as empresas estão literalmente no banco de urgência, enquanto os órgãos públicos beneficiam do financiamento do Orçamento do Estado e ainda dos recursos provenientes da arrecadação de publicidade. Logo veem o nascimento da associação como uma lufada de esperança. A expectativa é que essa entidade possa conseguir formas de financiamento das redacções, que a cada dia vão perdendo capacidade de contratar profissionais.
A direcção da AMPCV passa a ser gerida por Fernando Ortet, que há anos vem perseguindo esse objectivo. A Assembleia Geral fica sob a presidência de Santiago Magazine, enquanto Mosteiros FM assume a responsabilidade de liderar o Conselho Fiscal. Falta agora marcar a tomada de posse dos órgãos eleitos.
