Nações Unidas diz que Cabo Verde mantém posição 135.ª, mas pontuação sobe para 0.668

O Escritório Conjunto do PNUD, UNFPA e Unicef afirma que o relatório do Índice do Desenvolvimento Humano que reporta os dados de 2023 mantém Cabo Verde na 135.ª posição, mas a pontuação do país sobe para 0.668. Argumenta que, os dados divulgados pela imprensa nacional e que mostram que o arquipélago caiu quatro posições, não continham informações atualizadas de todos os países.

“O relatório de 2024 (que reporta dados de 2022) Cabo Verde encontrava-se na posição 131 com 0.661 pontos no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Estes dados não continham, na altura, as informações atualizadas de todos os países”, lê-se no comunicado, que realça que o PNUD atualiza, no relatório de 2025, os dados, incluindo os dos outros países, que não tinham sido fornecidos anteriormente, fazendo com que Cabo Verde ocupe o lugar 135o.

Significa que, o relatório de 2025 (que reporta dados de 2023) mantém Cabo Verde na sua posição de 135o, mas a pontuação de Cabo Verde sobe para 0.668.  “O que se passou é que o PNUD, após a publicação do relatório de 2022, atualizou os dados para todos os países. Logo, Cabo Verde e com novas informações Cabo Verde ocupa o lugar 135o”, sublinha. 

Isso aconteceu, diz o PNUD,porque ao darem dados mais atualizados, outros países têm melhor pontuação que o país. “Não significa que Cabo Verde perde, mas que outros países melhoram. Cabo Verde, continua com a mesma classificação”, diz, justificando que Cabo Verde tem tido uma evolução no IDH bastante positiva como atesta o ranking: 0.651 pontos (2021); 0.664 (2022); e 0.668 (2023). Estes dados “mostra que o país tem vindo a envidar esforços no sentido de melhorar em matéria de desenvolvimento humano”, acrescenta. 

O Escritório Conjunto das Nações Unidas sustenta que a leitura e análise do Relatório sobre o IDH deve ser feita à luz da atualização dos dados e não sobre posição inicial atribuída no relatório de 2024 e aconselha uma consulta às páginas 280 e 285 do documento para atestar esta evolução.

Na tarde de ontem, ainda sem conhecer o posicionamento das Nações Unidas, o Primeiro-ministro reafirmou a importância de continuar a trabalhar para desenvolver Cabo Verde, ter um bom nível de desenvolvimento humano e eliminar a pobreza extrema. “O importante é continuar a trabalhar para que possamos desenvolver Cabo Verde, ter um bom nível de desenvolvimento humano, conseguimos concretizar aquilo que é a eliminação da pobreza extrema e portanto fazer os cabo-verdianos se sentirem bem na sua terra”, disse o primeiro-ministro, referindo que “não dramatiza quando há melhorias, nem também entra em depressão quando há quebra da classificação”, declarou. 

O PAICV afirma que a descida de Cabo Verde no IDH representa um retrocesso e que as medidas do Governo não têm tido impacto real na vida dos cabo-verdianos. “O MpD e o Governo têm feito um discurso de que o país vai bem, de que as pessoas estão melhor, estão felizes, que a felicidade é uma realidade. No entanto, o IDH veio evidenciar uma realidade que o Governo insiste em não querer aceitar, ou seja, que as suas medidas de políticas implementadas não têm sido assertivas”, declarou a deputada Carla Lima.

Já a UCID alegou que a descida do país no IDH é preocupante e merece reflexão sobre o discurso e a prática. Para a deputada Zilda Oliveira, esta classificação mostra o estado real da situação do país e da vida dos cabo-verdianos. “Temos dito sistematicamente que aquilo que é a percepção do Governo não é a percepção da população cabo-verdiana, pelo que é importante parar, reflectir, debater e buscar soluções, porque a negação daquilo que é a realidade condiciona a procura de respostas”, concluiu.

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