O deputado António Monteiro vai processar judicialmente o edil Augusto Neves por injúria e difamação à sua pessoa. O presidente da UCID mostrou-se ofendido com palavras usadas pelo autarca mindelense e garantiu esta manhã que pretende recorrer à Justiça para repor o seu bom nome. É que, em resposta a uma denúncia do líder desse partido – que acusou o Governo de conivência com a “mã gestão” da CMSV -, Augusto Neves chamou Monteiro de “caloteiro”, “ditador” e de andar a transformar essa força política numa “mercearia”, não para vender, mas para “comprar benesses”.
“É com imensa tristeza que ouvimos o que disse o presidente Augusto Neves. Entendemos que as pessoas devem ter nível, que não podem rebaixar-se de tal forma que criem um certo repúdio e repugnância em quem as escuta“, reagiu desta forma António Monteiro, que promete resolver essa “baixaria” no “espaço próprio”: o tribunal.
Para esse líder partidário, Augusto Neves devia lembrar que preside a autarquia de uma ilha habitada por mais de 85 mil pessoas, que escutam o que diz, enquanto autarca, pelo que devia evitar uma “linguagem tão pobre”.
No entanto, para Monteiro, o edil Augusto Neves não respondeu ao essencial, que era desmentir que a CMSV não consegue pagar normalmente os salários dos funcionários, tendo vindo a recorrer todos os meses a um descoberto superior a 20.000 contos na Caixa Económica para resolver parte dos vencimentos. O presidente da UCID voltou a reforçar que a edilidade mindelense foi notificada pelo Tribunal de Contas com a devolução das contas dos anos 2017 e 2018 e reafirmou que as referentes a 2019 foram adulterados com base na técnica da “contabilidade criativa”.
“A CMSV tem uma dívida de mais de 40 mil contos com o INPS, mas o Instituto não nos remete informações, alegando que tem um acordo com a Câmara”, revela Monteiro, salientando ainda que pediu dados à Electra e à CVTelecom da situação com a CMSV, a primeira empresa alega sigilo, enquanto a segunda sequer reagiu à solicitação da UCID. Porém, Monteiro relembra que a lei concede aos deputados a prerrogativa de obterem dados sobre instituições públicas e, no caso, trata-se de uma Câmara Municipal, e não da “casa da Joana”.