Ministro José Gonçalves assegura: Navio Inter-Ilhas vai garantir tráfego São Vicente – Santo Antão com três viagens por dia

Na sequência do acidente ocorrido no passado sábado com o ferry Liberdadi no cais do Porto Novo, e com o navio Mar D’Canal também fora da rota para reparos na Cabnave, o ministro dos Transportes e Economia Marítima, José Gonçalves, garante que o “Inter-Ilhas” deverá dar uma boa resposta nesta rota, realizando três viagens por dia. Isto numa época alta, pois a procura por viagens marítimas entre estas duas ilhas dispara nas festividades da Páscoa.

Já a ilha de São Nicolau, que recentemente teve a ligação marítima melhorada com a entrada do ferry-boat Liberdadi, volta de novo a registar um serviço deficitário. Entretanto, a companhia Cabo Verde Fast Ferry já reposicionou a sua frota, com os três barcos a operar pela primeira vez e com o navio Kriola a fazer viagens para a chamada ilha de Chiquinho como acontecia antes. 

O ministro José Gonçalves esteve ontem em visita às estruturas marítimas e portuárias em São Vicente, na sequência do acidente com o navio Liberdadi, para se inteirar da previsão das reparações e negociar as prioridades com os estaleiros da Cabnave para navios de transporte público. É que essa empresa de reparação está a registar por esta altura do ano uma grande procura. Conforme a previsão, o navio Liberdadi deverá subir aos estaleiros dentro de uma semana e a sua recuperação está previstas para duas semanas de trabalho. ‘’Trata-se de um navio muito sofisticado em termos da sua operação. Segundo informações preliminares, o que esteve na origem do acidente é a capacidade de resposta do sistema de automação, ou seja um problema técnico, como já havia sido adiantado e, ao que parece, não ha técnicos nesta área em Cabo Verde’’, esclarece o Ministro.

Quanto aos danos causados ao navio e os custos da sua reparação, José Gonçalves garante não ser nada estrutural. Apesar de não serem danos graves, ocorreram numa área sensível, na proa, e deverão ser tratados com rapidez, uma vez que ter este barco a funcionar é uma prioridade, segundo José Gonçalves.

‘’Felizmente há um outro barco a operar na rota Santo Antão – São Vicente, com três viagens por dia, o que da para satisfazer a necessidade do mercado, tendo em conta que o outro barco que faz esta rota – o navio Mar d’Canal – está também a preparar-se para reparações e vistoria’’, explica.  

Quanto ao Mar d’Canal, o Ministro explica ainda que está certificado até o mês de Junho. ‘’Fizeram uma pausa neste momento para reparos que ficaram por fazer há dois anos e para uma inspeção interna que deverá ditar a previsão de tempo e o custo para fazerem os reparos necessários.’’ Mar d’Canal está ainda a aguardar para subir aos estaleiros da Cabnave  e poderá retomar as operações dentro de alguns dias, como avança o ministro que tutela os transportes marítimos. 

Gonçalves esteve também reunido com a Associação Cabo-Verdiana de Armadores da Marinha Mercante (ACAMM), um encontro que, diz, resultou num diálogo franco e aberto entre o Governo e armadores nacionais e numa importante oportunidade para esclarecimentos. Para o governante, a solução encontrada de participação de investidores estrangeiros e nacionais numa única companhia armadora é a melhor possível para o país, pois garante segurança, regularidade, previsibilidade e se converte num negócio justo entre armadores e o Estado, com perspectivas de ser altamente rentável. 

A visita do ministro aconteceu na primeira metade do dia de ontem e estendeu-se ao Porto da ENAPOR, ao Instituto Marítimo e Portuário (IMP), estaleiros da Cabnave, à ACAMM e ao recém acidentado navio Liberdadi. 

Natalina Andrade (Estagiária)

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