Maria Santos contraria críticas de Janira Almada com dados estatísticos: “A estratégia de JHA é dirimir a forte contestação interna à sua liderança”

A Comissão Política do MpD em S. Vicente contrariou ontem as críticas lançadas pela líder do PAICV na cidade do Mindelo com dados que, segundo Maria Santos, demonstram uma redução da taxa de desemprego e ainda o aumento da actividade empresarial, do turismo, dos movimentos portuário e aeroportuário e das exportações dos produtos de pesca, entre 2015 e 2018. Conforme as estatísticas apresentadas à comunicação social esta tarde pelo MpD, o desemprego caiu em S. Vicente de 14,5% para 10,2 por cento; a actividade económica registou um aumento de empresas activas em 9,6%, enquanto o volume de negócios subiu 22%, entre 2015 e 2017.

Em três anos (2015-18), prossegue o partido no poder, o número de hóspedes na cidade do Mindelo cresceu 26 por cento, a capacidade de alojamento atingiu os 5,7% e o emprego ligado a esse sector aumentou 16 por cento. No tocante à actividade portuária, o movimento de mercadorias saltou 25,6% e o de navios 18 por cento, nesse mesmo período de tempo. O aeroporto Cesária Évora, acrescenta o Movimento para a Democracia, registou um crescimento de 20 por cento da circulação de passageiros, enquanto as exportações dos produtos de pesca tiveram um aumento de dois por cento, mas com tendência crescente em 2019.

“Desmentem ainda as afirmações de Janira Hopffer Almada a boa dinâmica e a confiança que se sente nos jovens, hoje com mais oportunidades de formação profissional, reconversão profissional, estágios e empreendedorismo. E, ao contrário dos 26 jovens colocados em estágio profissional, segundo JHA, foram efectivamente colocados em estágio profissional em S. Vicente 400 jovens, enquanto outros beneficiaram de formação profissional em diversas áreas”, acrescenta Maria Santos Trigueiros.

Desta forma, a Comissão do MpD em S. Vicente visou contrariar o quadro negro traçado ontem pela líder do PAICV, que afirmou, entre outras coisas, que S. Vicente é a ilha com maior taxa de desemprego em Cabo Verde (16,2%), sendo que na camada jovem chega aos 43 por cento. Além disso, Janira Almada afirmou que, em vez de criar trabalho na ilha do Monte Cara, o Governo destruiu 2.730 empregos.

Questionada sobre a disparidade dos dados relativos ao desemprego jovem apresentados pelos dois partidos (46 contra 10%), Maria Santos assegura que as suas informações são fidedignas porque fornecidas e interpretadas pelo INE e que desconhece a fonte do PAICV. E mais: Santos diz acreditar que o Governo vai conseguir cumprir a promessa de criar 45 mil empregos no seu mandato, apesar do pouco tempo de governação que falta.

“Temos de acreditar, ter o pensamento positivo e fé porque a esperança é a última a morrer. Mesmo que consigamos chegar perto dos 45.000 postos de trabalho já seria uma grande conquista. Uma vitória mesmo!”, exclamou essa responsável pelo MpD em S. Vicente. Ela que considera curioso a presidente do PAICV reconhecer que o país tem estado a crescer a uma média de 5% ao ano, mas afirmar, por outro lado, que essa taxa é ainda insuficiente para as pretensões do país. “Sendo assim, perguntamos: se com 5% o Governo do MpD não consegue chegar às pessoas, como é que chegava às pessoas no tempo do PAICV quando o crescimento era de apenas 1 por cento?”

O problema de JHA, segundo Maria Santos, é que nega ver as obras feitas e em curso em S. Vicente porque, diz, nunca ligou pela ilha enquanto ministra da Família por oito anos e, agora, quando vem, evita visitar a periferia. Se assim fosse, acrescenta essa fonte, veria a requalificação dos bairros, a asfaltagem da estrada Cidade-Baía das Gatas, a reabilitação do CNAD, os investimentos no Hospital Baptista de Sousa e no Centro de Terapia Ocupacional, no Data Center…; por outro lado, JHA, segundo Maria Santos, poderia ter a coragem de reconhecer os investimentos “firmes e garantidos” como o Terminal de Cruzeiros, o Campus do Mar e o programa Cidade Segura.

Segundo Maria Santos, os dados não mentem, mostram que S. Vicente está a recuperar a dinâmica económica através do sector privado, há mais confiança dos investidores e consumidores, logo há razões para confiança. Assegura, por outro lado, que a estratégia da líder do PAICV é colocar em causa os ganhos do Governo com o mero intuito de estancar ou dirimir a forte contestação interna à sua liderança.

KzB

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