O navio Mar d´Canal, o mais antigo a operar na linha marítima São Vicente-Santo Antão, ainda não tem uma data definida para entrar nos estaleiros navais. A garantia foi dada ao Mindelinsite por um responsável local da Naviera Armas, que recusou avançar outras informações sobre os motivos da demora. Limitou-se a dizer “estamos a preparar para ir à Cabnave”.
Cerca de quatro meses após a sua paralisação – 09 de Abril – o navio Mar d´Canal continua parada no Porto Grande em São Vicente. Na agência Naviera Armas, os funcionários mostram-se constrangidos e remetem qualquer informação para o responsável local, que se limita a informar que estão a preparar para enviar a embarcação para os estaleiros da Cabnave.
Em relação as implicações desta paralisação aparentemente injustificada, designadamente sobre os salários e outras responsabilidades financeiras, este remete as explicações para os seus superiores. Realça, no entanto, que um responsável deverá chegar esta sexta-feira das Canárias.
O navio Mar d´Canal, recorda-se, está parado desde o dia 09 de Abril, segundo noticiou este site na altura, citando fontes da Naviera Armas em Cabo Verde, por determinação da Espanha. A ordem para suspensão das viagens diárias entre as duas ilhas, diziam, terá vindo das Canárias, após uma inspecção mandada efectuar pelo sócio-maioritário António Armas.
Em São Vicente, o único sócio cabo-verdiano da Naviera Armas, alegava desconhecer os motivos da paralisação, limitando-se a confirmar que a ordem veio de fora. “A ordem para a paragem veio das Canárias. Estou na ilha da Boa Vista e não sei os motivos. Mas posso garantir que esta paragem não se deve a nenhuma avaria. O navio está certificado pela Capitania e também efectuou todas as inspecções exigidas”, declarava ao Mindelinsite.
Também as autoridades marítimas nacionais limitaram a confirmar que a suspensão das viagens entre as duas ilhas aconteceu “por solicitação da própria agência”. No entanto, consideravam tratar-se de uma situação normal de gestão. Estranhamento, dias depois a marca que o navio ostentou durante os 15 anos de operações desapareceu do costado, sem que ninguém pudesse explicar os motivos, o que aumentou as especulações de que o armador “abandonou” a embarcação no caís do Porto Grande.
Outros há que consideravam que a decisão de retirar a marca “Naviera Armas” do costado da embarcação deveu-se a disputa entre os dois sócios, António Armas (60%) e Adriano Lima (40%), que se arrasta a largos anos no Tribunal em São Vicente. Durante este período, o sócio cabo-verdiano queixa-se de ter sido mantido totalmente a margem dos assuntos da agência, mas mostra-se disponível para assumir o navio caso se confirme o desinteresse de António Armas em manter a embarcação activa.
Esta é uma “novela” que, sem dúvida, terá novos capítulos.
Constânça de Pina