O presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto César Neves, acusou o líder da UCID, António Monteiro, e o presidente da Comissão Política Regional do PAICV, Alcides Graça, de estarem a incitar a violência apenas para prejudicar e afundar a ilha. Para o edil, que convocou a imprensa no rescaldo da manifestação do dia 05 de Julho e da sua repercussão a nível dos partidos políticos, tanto a UCID como o PAICV estão a usar os Sokols, que apelidou de “mascrinhas de cú pelod”, como bengala.
Augusto Neves pediu aos partidos políticos e líderes do movimento Sokols para tirarem as máscaras. “É uma vergonha estes dois responsáveis servirem desta bengala e de pessoas que não conhecem São Vicente e que andam por aí em demagogia. Estas ‘mascrinhas’ disfarçadas de Sokols que retirem as suas máscaras e assumam sem covardia o seu partido porque no próximo ano temos eleições e vamos estar todos aqui”, perspectivou.
O edil mindelense aproveitou a ocasião para também questionar os Sokols onde estiveram nos 15 anos da governação desastrosa do PAICV. Mais: considerou absurdo e ridículo exigir a este Governo, em três anos, aquilo que não se fez numa década e meia. “Esses anarquistas de meia tijela que abandonaram esta terra porque não lhes servia, porque têm passaporte português, deviam saber que existem outras formas de comunicação com a população. Não é através da violência, de pinturas nas paredes, panfletos ou sujando esta cidade, que é uma das mais limpas do país.”
Para além de os apelidar de anarquistas e covardes, “Gust” chamou esses dois dirigentes partidários e os Sokols de “eruditos de pe rapod”, que não apresentam propostas credíveis e pediu-lhes para não ficarem apenas a criticar por criticar. “Exorto estes senhores para trabalharmos em conjunto para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e das famílias, ao invés de se aproveitarem das dificuldades das pessoas para fazerem demagogias e sensacionalismos gratuitos”, desafiou. E mais uma vez recorreu aos 15 anos anteriores para lembrar que, durante este tempo, estes estavam no “bem bom”, aproveitando do trabalho do povo e agora, diz, querem reactivar o regime.
“São esses PAICV frustrados que pensaram que esta terra era dos seus pais e avós. Mas essa terra agora e de todos nós. Reconheço a manifestação como um acto da sociedade civil, mas não aproveitemos das oportunidades. Por quê não se manifestou nos anos anteriores quando as dificuldades eram maiores? Agora que temos muitas obras em andamento, como a estrada de Baia das Gatas, o Centro de Artesanato, o Hospital Batista de Sousa e vários hotéis em construção, e em breve o Terminal de Cruzeiros, é que vêm manifestar. Este governo está a trabalhar. As pessoas podem reclamar porque têm esse direito, num país onde a liberdade é o maior fundamento. Mas estamos em pré-campanha. Não se pode aproveitar esses momentos”.
Em jeito de remate, o presidente da CMSV e candidato mostrou-se confiante de que o povo, na hora certa, saberá o que dizer e irá julgar as pessoas, pelo que, na sua opinião, não adianta antecipar as coisas. Exactamente por isso diz não estar preocupado com a manifestação porque sabe do trabalho que está a ser feito pela Câmara Municipal de São Vicente e pelo Governo. Aliás, frisa, a sua câmara não se reconhece nas críticas feitas durante a manifestação.