O Partido do Trabalho e da Solidariedade prometeu para breve apresentar os seus candidatos às eleições à Câmara Municipal de S. Vicente e se possível às disputas Regionais, caso ainda este escrutínio seja possível por causa do chumbo ao projecto da Regionalização. Conforme nota enviada hoje à imprensa, o programa desse partido liderado pelo médico Gilson Alves será “simples e conciso”. A segurança e a protecção do futuro de S. Vicente, adianta, será a chave central do programa eleitoral.
Caso o PTS venha a apresentar a sua candidatura, a corrida ao Paços da Pracinha d’Igreja deverá envolver pelo menos cinco forças políticas em S. Vicente, além do MpD, PAICV, UCID e eventualmente de um grupo de cidadãos.
Gilson Alves fez esse anúncio num comunicado enviado esta manhã à comunicação social, mas que se destaca pela sua linguagem no mínimo radical sobre o tema segurança nacional. Se a sua posição veicular todo o partido, o PTS pode ser visto como uma força política que defende a pena de morte e disposta a usar a violência ao extremo para combater o crime armado, em particular na cidade da Praia. Nessa nota, Gilson Alves começa por dizer que o partido que dirige tem acompanhado de perto e com extrema preocupação os repetidos episódios de extrema violência ocorridos na Capital e que, diz, tiveram o seu auge com o recente atentado à vida de Óscar Santos, autarca da Câmara da Praia.
“Já estamos habituados a este estado de coisas na cidade dita capital desde há anos. Porém, a situação parece estar a sair totalmente fora do controlo das autoridades no terreno e a atingir níveis inadmissíveis, situação que, a continuar, arrisca-se a destruir o Estado e a entregar-nos nas mãos do gangsterismo, do tráfico de drogas e da corrupção política, que parece conviver de perto com este cancro na cidade da Praia“, escreve o líder do PTS, para quem, os crimes cometidos pelos lados da Capital tendem a espalhar-se para outras ilhas, inclusivo S. Vicente.
Tendo por base esse “diagnóstico”, Gilson Alves entende que o grande remédio contra esse “cancro” é o “extermínio” dos agentes patológicos, neste caso através do uso da força letal do Estado contra grupos de criminosos. Alves adianta que, se o PTS chegasse à Presidência da República, teria um posicionamento radical sobre essa matéria, a ponto de literalmente defender a pena de morte contra aqueles que ameaçam a democracia. “Se o PTS estivesse com as rédeas da nossa República, se o PTS tivesse ao menos a Presidência da República e o poder sobre as Forças Armadas, eis o que faríamos: Primeiro, imediatamente após o atentado ao Sr. Presidente da Câmara da Praia, declararíamos um estado de sítio em todo o país, elaboraríamos uma lista de todos os gangsters conhecidos da Capital e todos os seus comparsas traficantes, colocaríamos essa lista nas mãos das Forças Armadas e polícias e galgaríamos os morros e entraríamos nos guetos e nas ruelas podres onde essa corja opera de armas em punho, e exterminaríamos cada um deles, um após outro, até que não restasse um para contar a história,” revela o presidente do PTS.
Este possível candidato à Câmara Municipal de São Vicente vai mais além e avança um número de bandidos a exterminar: “250 mil gangsters e traficantes na Praia”. O presidente do PTS afirma que, mesmo que fosse morto esse número de criminosos seria um pequeno preço a pagar em prol da República, da paz social e da prosperidade ambicionada por todos. Este assegura que, se o partido um dia estiver na Presidência ou no Governo jamais irá dialogar com traficantes. Curar o fogo com fogo, isto é o extermínio, seria para esse responsável político o único caminho e uma das páginas “mais belas da nossa história”.