A UCID criticou hoje em conferência de imprensa o silêncio das autoridades sanitárias e da Comissão Nacional das Eleições (CNE) sobre as medidas a serem acauteladas nas campanhas devido a pandemia, sobretudo desta última entidade, que tem a responsabilidade de realizar as eleições. O vice-presidente desse partido, João Santos Luís, diz-se preocupado com a circulação do vírus da Covid-19 pelas ilhas, numa altura em que, em S. Vicente, o MpD ensaia a realização de comícios-festa.
Nem a batalha e nem a guerra contra este vírus ainda não estão ganhas, pelo que, afirma Santos Luís, deve-se manter o foco no combate em todas as ilhas. Daí estranhar o “silêncio profundo” das instituições da República com responsabilidade no controlo e contenção do Sars-CoV-2, sobretudo com o início da pré-campanha.
Cita, como exemplo, a notícia publicada ontem pelo Mindelinsite em que o MpD, a seu ver, já ensaia realizar comícios-festas ao longo da campanha. “Não podemos esquecer que pelo menos na ilha de São Vicente tomou-se a decisão da não realização do campeonato regional de futebol, exactamente para evitar o alastramento da Covid-19.”
A UCID admite que a atitude e o comportamento da população é de extrema importância, mas entende que as autoridades não devem ficar de braços cruzados, fingindo que nada irá acontecer. “Seria desejável que os mesmos agissem na prevenção, promovendo medidas que possam travar os apetites dos partidos que tencionam fazer comícios e colocar em causa a saúde da população por causa da Covid-19, sabendo que o contágio é exponencial.”
João Luís critica sobretudo a ausência de um Código de Conduta e de medidas sanitárias, à semelhança do que aconteceu nas recentes eleições autárquicas, lembrando que, mesmo assim, alguns partidos saíram de linha. “Ainda não temos um Código de Conduta e nem a CNE ainda se pronunciou sobre isso. Não estão efetivamente interessados”, declarou.
Em jeito de remate, este garantiu que a UCID vai respeitar as medidas sanitárias e não pretende realizar comícios-festas durante a campanha.