O líder da Juventude do PAICV manifestou-se esta manhã preocupado com a demora da Direção-Geral do Ensino Superior em divulgar a lista definitiva do concurso nacional para atribuição das bolsas de estudos para o presente ano lectivo. Revela que já lá vão quase seis meses que o concurso foi lançado e os alunos desesperam por saber se foram ou não contemplados, havendo já casos de abandono escolar devido a esse processo.
Segundo Fidel Cardoso, a abertura oficial do concurso foi anunciado para 15 de setembro passado, com data limite de apresentação de candidatura até 15 de outubro, mas depois o Serviço do Ensino Superior decidiu prorrogar o prazo até 11 de novembro, sem explicações plausíveis. Entretanto, prossegue esse porta-voz, a 2 de janeiro de 2023 foram publicados os resultados provisórios.
“Contudo, e até então, quando já estamos em meados de fevereiro, a mais de cinco meses da abertura do concurso para o ano lectivo 2022/2023, ainda não se fez a publicação dos resultados definitivos do mesmo”, revela Fidel Cardoso, acentuando que esta situação está a causar enorme embaraço, apreensão e até alguma tensão entre os candidatos.
Pelos dados que dispõe, do total de 2.205 candidatos foram pré-selecionados 707. Para os que pretendem iniciar a Licenciatura foram 283 alunos em 920 candidatos, para o grupo que quer continuar a Licenciatura, dos 1.017 concorrentes foram pré-escolhidos 342; para Mestrado e Doutoramento apenas 23 dos 113 candidatos ficaram na lista dos pré-selecionados, enquanto foram pré-selecionados 59 dos 65 candidatos para a categoria de gratuidade.
“Como se nota, mais de 7 centenas de estudantes, ou seja, um numero significativo de candidatos pré-selecionados, continuam a aguardar os resultados definitivos quando praticamente já terminamos o primeiro semestre nas universidades”, salienta o presidente da JPAI, para quem é inadmissível um concurso demorar tanto tempo para a divulgação da lista definitiva.
A situação é tão precária que, segundo Cardoso, alguns alunos já desistiram dos estudos. Isto porque têm estado a acumular dívidas, sempre à espera dessa decisão. Por outro lado, diz, as universidades privadas vivem numa situação caótica, à beira da falência, porque não têm como facturar a propina dos estudantes. Este cenário, acentua, tem estado a gerar tensão, ansiedade. Lembra que, se não houver uma decisão na próxima semana, serão agora seis meses de demora. “E depois vem o Primeiro-ministro vir pedir aos jovens para não emigrarem e vem falar de políticas para a juventude”, comenta.
Outra situação que, para Fidel Cardoso, precisa também de uma solução urgente tem a ver com professores que lecionaram disciplinas na UniCV e que ainda não receberam os salários. Acrescenta que há casos de docentes que deram aulas e ainda sequer assinaram os contratos. “Há professores nestas situações que nos levaram estas preocupações, pelo que pedimos à reitoria da UniCV que resolva estas pendências ou então que haja uma intervenção do Ministro da Educação porque isto é desmotivante”, conclui o líder da JPAI.
Fidel Cardoso aproveitou, entretanto, o contacto com a imprensa para lembrar a situação dos estudantes cabo-verdianos residentes na Rússia e que estão a enfrentar dificuldades devido a guerra entre este país e Ucrânia. Cardoso diz esperar que o Governo tome todas as medidas necessárias e que gostaria de saber a quantas anda a resolução dessa questão sensível.